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Brasil
03/06/2014 09:52:51
Desemprego no Brasil fica em 7,1% no primeiro trimestre, pela Pnad Contínua
Nos três primeiros meses deste ano, a taxa de desemprego do país está em 7,1%, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada nesta terça-feira pelo IBGE.

O Globo/LD

Nos três\n primeiros meses deste ano, a taxa de desemprego do país está em 7,1%, segundo a\n Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada nesta\n terça-feira pelo IBGE. O índice é menor em relação ao mesmo período de 2013,\n quando o desemprego medido pela pesquisa havia sido de 8%. No entanto, é maior\n que o apurado no quarto trimestre do ano passado, cuja taxa ficou em 6,2%.\n \n Pela\n Pesquisa Mensal de Emprego (PME), também do IBGE, mas cuja amostra é menos\n abrangente, a desocupação acumulada no trimestre ficou em 5%, o melhor\n resultado trimestral desde o início da série.\n \n — A dispensa\n de trabalhadores temporários principalmente nos meses de janeiro e fevereiro\n foi muito forte — afirmou o coordenador de Trabalho e Rendimento, Cimar\n Azeredo.\n \n A principal\n diferença entre a PME e a Pnad Contínua é a abrangência da pesquisa. A PME\n acompanha o mercado de trabalho nas seis maiores regiões metropolitanas\n brasileiras. Já a Pnad Contínua dá um retrato mais amplo e levanta dados de\n 3.464 municípios.\n \n Até então,\n os dados nacionais a respeito de mercado de trabalho só eram pesquisados uma\n vez ao ano, pela Pnad antiga, e a divulgação ocorria com um ano de defasagem. A\n abrangência também era menor: 1.100 municípios.\n \n Azeredo\n afirmou que a redução da taxa de desocupação no primeiro trimestre em relação\n ao mesmo período do ano passado se deu em razão da criação de vagas. A ocupação\n subiu 2% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, o\n que significou a abertura de 1,770 milhão de vagas. \n \n — Na Pnad\n Contínua, vemos uma redução da taxa de desocupação pelo aumento de ocupados. Já\n a alta ( do desemprego) em relação ao quarto trimestre é esperada — afirmou.\n \n Ele\n descartou um efeito da Copa do Mundo, que segundo ele tem pouca influência no\n interior do país, mas não soube explicar a criação de vagas mesmo com uma\n atividade econômica fraca. No primeiro trimestre, o PIB teve avanço de apenas\n 0,2% em comparação ao último trimestre do ano passado.\n \n Ainda\n segundo a Pnad, a população desocupada ficou em 7 milhões, um aumento de 1,6%\n em relação ao mesmo período do ano passado, e de 0,3% na comparação com os\n últimos três meses de 2013. Já a população ocupada caiu 9,7% em relação ao\n primeiro trimestre do ano passado e 0,7% frente ao quarto trimestre, somando\n 91,2 milhões.\n \n Entre os\n empregados no setor privado, 77,7% tinham carteira assinada, um avanço de 1,6\n ponto percentual em relação ao primeiro trimestre de 2013.\n \n DIVULGAÇÃO É\n A PRIMEIRA APÓS ESTOURO DA CRISE\n \n A Pnad\n Contínua teve sua interrupção anunciada no início de abril, o que detonou uma\n crise no IBGE que resultou na saída de duas diretoras e a revolta de técnicos.\n \n O instituto\n anunciou sua decisão de voltar atrás na suspensão da pesquisa até o ano que\n vem, mas não pôs fim à crise. A greve de funcionários entra em sua segunda\n semana.\n \n Sindicalistas\n estão na sala de divulgação, carregando cartazes com dizeres contra a\n precarização do trabalho no instituto.\n \n — A defesa\n de autonomia técnica significa ter solidez na construção das informações,\n significa ter gente para construir os dados, ter orçamento para produzir —\n disse Ana Carla Magni, da Assibge, durante a divulgação.\n \n Os dados do\n último Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) para o mês de abril\n fizeram com que especialistas vissem uma deterioração do mercado de trabalho. A\n indústria de transformação cortou 3,4 mil postos, em um período em que deveria\n contratar.\n \n Os dados do\n Caged mostram que a criação de vagas com carteira assinada foi de 105.384 no\n quarto mês do ano, queda de 46,5% em relação ao mesmo período do ano passado e\n o pior resultado para abril desde 1999.