Folha Press/LD
Nos últimos 15 dias, até às 17h deste domingo (7), as polícias Civil e Federal receberam 47 chamadas de ameaças de bombas em diferentes pontos do Rio. Todas falsas.
É uma média de três chamadas falsas por dia, apenas na capital. Normalmente a polícia não recebe nem duas comunicações do tipo por mês, em todo o Estado.
O temor de uma ação terrorista na cidade durante os Jogos fez com que funcionários de concessionárias e policiais militares passassem por treinamentos ministrados pela PF e mesmo por agentes de segurança dos EUA.
Todos foram alertados sobre o risco que representa uma bolsa abandonada. A orientação se propagou a motoristas de táxi e funcionários de hotel. Desde então, aumentou em mais de 20 vezes o número de relatos de pacotes deixados sozinhos que são feitos à polícia.
Desde 24 de julho, quando foi colocado em prática o plano de segurança da Olimpíada, o carioca e os visitantes já viram diversas ruas –das zonas sul, norte e oeste– serem interditadas até que a polícia confirmasse que as ameaças eram falsas.
O tráfego de metrô, trens e até do VLT também foi interrompido por ameaças de bombas. Na manhã deste domingo (7) houve caso semelhante na estação Riomar do BRT, próximo ao campo onde haverá competições de golfe na Barra da Tijuca.
O ápice das ocorrências foi durante a cerimônia de abertura da Olimpíada, na última sexta (5), no Maracanã. Cinco casos foram relatados, em diferentes pontos do Rio.
Trinta minutos antes do início da festa, uma denúncia chegou após um pacote ter sido encontrado debaixo da rampa da estação do metrô de São Cristóvão, uma das que o público usava para ir ao estádio.
A área chegou a ser isolada, mas, temendo que a notícia se espalhasse gerando pânico nas pessoas, um policial militar abriu a caixa por conta própria. Dentro, encontrou panfletos de shows de mulatas.
No mesmo horário chegou a notícia de uma mochila abandonada em um trailer no Recreio, na zona oeste. Uma equipe foi acionada e achou apenas roupas no interior.
Às 21h de sexta (5), outra mochila solitária foi denunciada, junto à arena do vôlei de praia, em Copacabana. A área foi isolada e os especialistas decidiram explodir a bolsa depois que o robô usado pelo esquadrão constatou haver líquido em seu interior.
A detonação revelou haver na mochila um par de chinelos, uma camisa da Comlurb –a companhia de limpeza do Rio– e uma garrafa de 600 ml de cachaça.
Ainda naquela noite, uma falsa denúncia preocupou a segurança: um carro preto estaria repleto de bombas diante do hotel Sofitel, também em Copacabana.
A Polícia Federal e militares do Exército foram chamados e isolaram a área. Após a análise, descobriu-se que não havia bomba no veículo.
O último alerta da noite de abertura foi causado por uma mochila encontrada próxima à área destinada aos jornalistas. Um convidado havia deixado a bolsa para trás.
Entre às 6h da manhã de sábado (6) e às 17h de domingo (7) foram mais sete casos.
As polícias Civil e Federal não comentaram o aumento das denúncias. A Sesge (Secretaria Extraordinária de Grandes Eventos) diz que quem encontrar mochila, bolsa ou caixa abandonadas deve chamar a polícia e não mexer no objeto até a chegada dos policiais.