Diário Corumbaense/LD
Fevereiro tem sido um mês de muita chuva em Corumbá. Dados do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) revelam que de 1º a 22 de fevereiro, a precipitação pluviométrica foi de 258,2 milímetros, quase dez vezes mais do que choveu em janeiro, segundo dados do mesmo instituto. As chuvas dos últimos dias influenciam nos níveis de subida dos rios no Pantanal.
Em nota, o pesquisador da Embrapa Pantanal, Carlos Roberto Padovani, alerta as populações ribeirinhas para a continuidade das chuvas, especialmente nas bacias das cabeceiras dos rios Paraguai e Cuiabá.
O pesquisador observa que o rio dos Bugres, um dos afluentes do rio Paraguai, registrou um pico de 4,13 metros no último dia 13, marcando um aumento de 2,80 metros em relação ao nível registrado no dia 04 (que foi de 1,33 metro). Segundo Padovani, a frente de cheia influenciada pelas chuvas se propaga pelo rio Paraguai. Em Bela Vista do Norte, por exemplo, o nível do rio deve aumentar em pelo menos um metro em relação ao nível registrado no dia 16 deste mês, passando de 3,95 metros para 4,5 a 5 metros na metade de março.
Na primeira estimativa para 2015, divulgada pela Embrapa Pantanal em janeiro, o nível máximo previsto para 2015 em Ladário era de 4,6 metros. Trinta e nove dias depois, a régua registrou na segunda-feira (23) 2,74 metros, valor que representa 67,8% da estimativa para o ano. Somente no dia 21 de fevereiro, o rio Paraguai subiu 18 centímetros na régua ladarense; em média a alta tem sido de 5 centímetros por dia.
O nível do rio Paraguai neste começo de 2015 é maior que no início de 2014, ano em que a centenária régua do 6º Distrito Naval de Ladário registrou altura máxima de 5 metros e 42 centímetros. Em 23 de fevereiro de 2014, a marca era de 1,73 metro, 1 metro a menos que o registrado na segunda-feira.
“No Pantanal do MS, caíram fortes chuvas de até 270 mm entre os dias 05 e 07 de fevereiro na região do rio Miranda, Aquidauana, rio Negro, Abobral, rio Vermelho, baixa Nhecolândia, norte do Nabileque e rio Paraguai na região de Corumbá. Essas regiões, que estavam relativamente bem drenadas, receberam uma carga de chuva, favorecendo uma situação preocupante com relação à frente de cheia que virá do norte da bacia", alertou o pesquisador da Embrapa Pantanal.