\n \t Encher o tanque do carro tornou-se uma tarefa difícil na manhã desta quarta-feira (7) na cidade de São Paulo.\n Com a paralisação de motoristas de caminhões-tanque que deixou os \n postos sem abastecimento desde segunda-feira (5), muitos postos da \n cidade estavam com as bombas vazias. Nos que ainda tinham combustível, \n era comum encontrar longas filas e preços mais altos. Para conseguir \n garantir sua locomoção, motoristas chegaram a passar por oito postos \n nesta manhã.\n \n \t Foi o caso de José Dias Vasconcelos, que enfrentou 20 minutos de fila \n para abastecer seu carro em um posto da Marginal Pinheiros. “Vim da Zona\n Sul e não encontrei nenhum posto com combustível, todos estavam \n fechados. Passei por oito postos”, contou. O sindicato (Sindicam) \n informou na manhã desta quarta-feira (7) que acatou a decisão judicial \n que determina a volta ao trabalho dos motoristas. Entretanto a \n normalização do abastecimento ainda deve levar alguns dias, segundo o \n Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de \n São Paulo (Sincopetro).\n \n \t O autônomo João da Mata chegou a dispensar postos que estavam abertos \n devido a filas. “Vim desde a Ponte João Dias e as filas estavam \n gigantes, ia perder mais de meia hora. Não tinha condição de parar. Rodo\n pouco, mas já estava ficando preocupado. Quando me dei conta precisava \n abastecer e já estava assim”, afirmou.\n \t No posto, que fica nas proximidades da Avenida dos Bandeirantes, a \n gasolina comum acabou por volta das 7h desta quarta e a aditivada \n deveria durar somente até o meio da manhã, segundo a previsão dos \n frentistas. O movimento era grande, e o preço mais alto – R$ 2,99 o \n litro da gasolina. O preço gerava reclamações de alguns motoristas, mas \n alguns, tão preocupados com a possibilidade de ficar com o tanque vazio,\n nem prestaram atenção no valor.\n \n \t “Na verdade eu nem olhei o preço, quero colocar logo antes, estou \n enchendo o tanque. Passei em dois postos antes desse que estavam \n fechados”, disse a assistente de pesquisa clínica Daniele Cogo.\n \n \t Em outro posto na via, nas proximidades da Ponte Cidade Universitária, \n ainda havia gasolina comum e etanol, mas a perspectiva dos funcionários \n era de que os estoques só durassem até o meio-dia, devido ao grande \n movimento. Nele, valor do litro da gasolina era de R$ 2,99. “Passei em \n outros três postos e só tinha etanol. Estava preocupada, abasteço o \n carro a cada três dias. Não sei como vai ser se continuar assim”, disse a\n consultora Leila Vanini.\n \t Postos vaziosAinda na Marginal Pinheiros já havia postos que estavam vazios, sem \n combustíveis desde a tarde desta terça. O mesmo ocorria na Marginal \n Tietê – postos visitados pelo G1 nesta terça que ainda \n tinham combustíveis já estavam com as bombas vazias na manhã desta \n quarta. Em todos eles, cavaletes, caixas e correntes sinalizavam para os\n motoristas que as bombas estavam fechadas.\n \n \t Nos que ainda tinham combustível a gasolina aditivada era a opção mais \n comum e salvação dos motoristas. “Esse é o sétimo posto que procuro. Vim\n desde a Brasilândia e todos estavam fechados. Eu estava na reserva, \n quase acabando, torcendo para achar. O duro é o preço, R$ 2,90 o litro, é\n um absurdo. Eu pagava R$ 2,59 antes”, disse o eletricista Fernando \n Augusto de Souza Antônio.\n \n \t No posto em que ele parou nas proximidades da Vila Maria, a procura era\n grande, mas não chegava a gerar filas. Em um estabelecimento próximo, \n que ainda tinha todos os combustíveis nesta manhã, o frentista Eusébio \n Campelo contou que recebeu clientes de bairros distantes. “Vem gente de \n Pinheiros, do Centro, a procura está muito grande, e tem muito cliente \n reclamando. O que temos dá para segurar até esta noite”, contou.\n \n \t A situação, entretanto, deve melhorar ao longo do dia. Por volta das \n 9h40, um caminhão-tanque chegou a um posto na Marginal Tietê, próximo à \n Ponte Júlio de Mesquita Neto, para fazer o abastecimento. Segundo o \n motorista Antonio Ires, os veículos começaram a deixar a base da Shell \n na Vila Carioca por volta das 9h, fim do horário de restrição. “Nos \n outros dias não dava para sair, saíram uns três caminhões para abastecer\n hospitais. Hoje não tinha mais o pessoal do sindicato lá, e o pessoal \n voltou a trabalhar”, contou o motorista. Ele iria descarregar toda sua \n carga no posto e volta para a base para encher o caminhão novamente e \n fazer mais entregas. O posto estava com as bombas vazias desde a noite \n desta terça.\n \t FiscalizaçãoA Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor de São Paulo (Procon-SP) \n apura 27 denúncias de aumento abusivo de preços de combustíveis na \n capital paulista. Segundo o Procon, as denúncias foram recebidas entre \n terça (6) e as 9h desta quarta-feira (7). Agentes de fiscalização da \n fundação visitam os postos para apurar possíveis irregularidades e \n autuá-los.\n \n \t Dois internautas relataram ao VC no G1 postos que vendiam gasolina \n acima de R$ 4. Segundo a leitora Maria Helena Moreira dos Santos, o \n posto que costuma abastecer, na Zona Norte, a gasolina que era vendida a\n R$ 2,699 passou a custar R$ 4,499 nesta terça-feira. O internauta \n Sergio Ricardo Pereira dos Santos também encontrou um posto com a \n gasolina a R$ 4,499.