Agência Brasil/LD
Enquanto as autoridades em saúde ficam em alerta quanto a um novo tipo de hepatite que assombra o mundo, Campo Grande apresentou queda nos registros de hepatites virais já conhecidas nos primeiros 4 meses de 2022, comparado ao mesmo período do ano passado. Os dados são da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde).
Conforme a pasta, o número de hepatites B e C registrados no município teve queda de 17%. De janeiro a abril do ano passado, a pasta notificou 23 casos, sendo cinco do tipo B e 18 do C.
Já em 2022, são 19 casos até o momento: nove do tipo B e 10 da C. Não houve notificação de hepatites A-E-D nesses períodos. No total, 2021 teve 81 casos notificados (18 da B, 53 da C e uma dos dois tipos).
Já em relação ao novo tipo de hepatite, conforme a SES (Secretaria de Estado de Saúde), os casos em investigação foram registrados em Campo Grande, de paciente de 10 e 14 anos, além de uma apuração em Ponta Porã, na qual o paciente é um rapaz de 16 anos.
Investigação em MS
Ao Jornal Midiamax a coordenadora do Cievs (Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde) da SES, Karine Barbosa, ressaltou que as notificações estão em fase de investigação e que as pessoas devem ficar atentas a alterações no quadro de saúde, não deixando de comunicar o caso para ser enquadrado na definição de caso provável.
“Esta síndrome clínica é caracterizada por hepatite aguda, com enzimas hepáticas acentuadamente elevadas e acompanhadas, ou não, de sintomas gastrointestinais, como vômito, diarreia e febre. Só que o mais característico é a icterícia, que é a coloração amarelada da pele e dos olhos”, afirmou a coordenadora.
"Hepatite misteriosa"
Um novo tipo de hepatite aguda - inflamação do fígado - está atingindo crianças e adolescentes saudáveis ao redor do mundo, o que fez com que a OMS (Organização Mundial da Saúde) emitisse, no dia 23 de abril, um alerta sobre os casos.
Ao menos 14 países registraram casos, que já somam pelo menos 200 atingidos - principalmente no Reino Unido. Conforme a OMS, cerca de 10% dessas crianças precisaram de um transplante de fígado e há o registro de pelo menos uma morte.
Segundo a OMS, "muitos casos manifestaram sintomas gastrointestinais, como dor abdominal, diarreia e vômitos, antes da apresentação com hepatite aguda grave e aumento dos níveis de enzimas hepáticas —aspartato transaminase (AST) ou alanina aminotransaminase (ALT) acima de 500 UI/L— e icterícia (coloração amarelada da pele/olhos)". A maioria dos casos não apresentou febre.
A OMS já destacou que os casos não têm relação com a vacina da covid-19. Autoridades do Reino Unido também descartaram a vacina contra a covid-19 como uma possível causa, porque nenhuma das crianças britânicas doentes foram vacinadas devido a sua pouca idade.
Orientação para suspeita:
Pais e responsáveis devem estar atentos aos sinais de hepatite e procurar um hospital imediatamente caso estejam em dúvida. As crianças com sintomas de uma infecção gastrointestinal, incluindo vômitos e diarreia, devem ficar em casa e não retornar à escola ou creche até 48 horas após os sintomas terem parado.
Além disso, medidas comuns de higiene, como lavagem completa das mãos ajudam a reduzir a propagação de muitas infecções comuns, incluindo o adenovírus.
Confira os sintomas da hepatite:
Urina escura
Fezes pálidas ou cinzas
Coceira na pele
Olhos e pele amarelados (icterícia)
Dores musculares e nas articulações
Temperatura alta
Enjoo e náuseas
Cansaço o tempo todo fora do normal
Perda de apetite
Dor de barriga