Ciência e Saúde
10/08/2012 09:00:00
Conselho Federal de Medicina recomenda parto em hospital, mas não veta em casa
O Conselho Federal de Medicina (CFM) recomendou hoje (10) para que os partos sejam feitos em ambiente hospitalar de forma preferencial, por se tratar da opção mais segura.
Agência Brasil/LD
\n \n O Conselho Federal de Medicina (CFM) recomendou hoje (10) para que\n os partos sejam feitos em ambiente hospitalar de forma preferencial, por se\n tratar da opção mais segura. Por meio de nota, o órgão alertou sobre os riscos\n de morte envolvendo partos fora de hospitais.\n \n Há um falso antagonismo entre o parto domiciliar e o parto\n hospitalar que ofusca uma preocupação real: a preservação da vida e do\n bem-estar da gestante e do recém-nascido, informou o CFM. É importante estar\n consciente sobre o equilíbrio entre riscos e benefícios envolvidos nos\n procedimentos médicos, de forma geral, para que as opções estejam legitimamente\n ancoradas em princípios bioéticos, completou.\n \n De acordo com o comunicado, a autonomia do profissional de saúde e\n da gestante deve ser respeitada. No entanto, a legitimidade da autonomia\n materna não pode desconsiderar a viabilidade e a vitalidade do seu filho [feto\n ou recém-nascido], bem como sua própria integridade física e psíquica,\n destacou.\n \n A recomendação do CFM ocorre em meio à polêmica envolvendo\n resolução do Conselho Regional de Enfermagem do Rio de Janeiro (Coren-RJ), que\n proíbe a participação de médicos obstetras em partos domiciliares e a presença\n das obstetrizes (profissionais da área de saúde que acompanham as gestantes no\n pré-natal, parto e pós-parto), doulas (acompanhantes) ou parteiras em ambientes\n hospitalares.\n \n Segundo o CFM, o trabalho de parto constitui um processo natural e\n independente e as intervenções médicas são necessárias apenas em condições\n especiais, como a não execução de determinados movimentos pelo feto durante o\n nascimento (distócia) e problemas que comprometam à saúde da gestante\n (hemorragias e infecções).\n \n As mulheres devem ainda ser informadas sobre a seleção adequada\n de candidatas para dar à luz em casa, sobre a disponibilidade de um\n profissional habilitado e certificado dentro de um sistema integrado de saúde e\n regulamentado, da possibilidade de pronto acesso à consulta e garantia de\n transporte seguro e oportuno para hospitais próximos, apontou a nota.\n \n Dados levantados pelo CFM indicam que, todos os anos, cerca de\n meio milhão de mulheres em todo o mundo morrem em consequência da gravidez, do\n parto ou do puerpério (período que se segue ao parto, geralmente de 42 dias). O\n número representa uma mulher morta a cada minuto. No Brasil, a taxa de\n mortalidade materna fica em torno de 55 casos para cada 100 mil, mais que o\n dobro do indicador recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), de 20\n mortes para cada 100 mil.\n \n Mortes durante o trabalho de parto [intraparto] possuem maior\n relação com a inadequada assistência ao nascimento e são mais frequentes nos\n países em desenvolvimento. Nessas áreas, menos de 40% dos partos são realizados\n em unidades de saúde na presença de pessoal qualificado para atendimento ao\n nascimento, concluiu o conselho.\n \n \n \n \n