Ciência e Saúde
08/11/2012 09:00:00
Para lucrar, tráfico mistura droga a cafeína e até a veneno contra barata
A dependência química alimenta um mercado ilegal, criminoso e desleal. No varejo do tráfico, a ordem é lucrar.
Midiamax/HJ
\n \n A dependência química\n alimenta nbsp;um mercado ilegal, criminoso e\n desleal. No varejo do tráfico, a ordem é lucrar. Desta forma, entram em cena vários\n recursos para ludibriar o cliente, lidocaína e até veneno para barata. Mas o\n que escapa aos olhos e sentidos humanos é detectado em minutos por reagentes\n químicos e equipamentos no IALF (Instituto de Análises Laboratoriais Forenses),\n em Campo Grande.\n \n Para a Capital, afluem\n amostras de todas as substâncias análogas a entorpecentes apreendidas no\n Estado. Fronteira com a Bolívia, porta de entrada da cocaína, e o Paraguai, que\n abastece o mercado nacional de maconha, em Mato Grosso do Sul o\n trabalho dos peritos é intenso. De acordo com o químico e perito criminal\n Evandro Rodrigo Pedão, são 200 análises de drogas na semana.\n \n O primeiro passo é armazenar\n parte do material para contraprova. Cumprido o procedimento de praxe, a\n pasta-base ou a coca em pó vão para o teste de Scott. Com algumas gotinhas de\n reagente, já é possível verificar se há presença de cocaína no material\n analisado. Quanto mais pura, mais azulado fica.\n \n Depois, equipamentos\n desvendam tudo o que forma o material analisado. Se a apreensão foi mais\n próxima a Corumbá, na fronteira da Bolívia, o entorpecente tem mais chances de\n ser o cloridrato de cocaína, versão pura.\n \n Já se foi na divisa com São\n Paulo, por exemplo, o mais provável é que o aparelho cromatógrafo revele um\n combinado de substâncias, estratégia para o entorpecente render mais. Ou,\n muitas vezes, mistura apenas de cafeína, lidocaína e o ácido bórico, o pó\n branco conhecido popularmente como veneno para barata.\n \n Conforme o perito, as\n combinações químicas são feitas para provocar as sensações da droga. A cafeína\n estimula o nariz, enquanto a lidocaína deixa a boca dormente. Evandro leva os\n conhecimentos do laboratório parap em escolas.\n \n A química auxilia a\n desvendar porque e tão fácil trilhar o caminho da dependência. Conforme o\n perito, o organismo tem os seus neurotransmissores em equilíbrio. Como\n a dopamina (que atua na motivação), a adrenalina (estimulante) e a noradrenalina\n (que influencia humor, ansiedade, sono). Com a droga, o organismo diminui a\n produção, porque passa a esperar a compensação externa, explica.\n \n Tida como a mais inofensiva\n das drogas ilícitas, a maconha causa danos permanente nos neurônios. Não vai\n nunca mais recuperar a função, enfatiza.\n \n \n \n \n