Ciência e Saúde
11/12/2012 11:42:40
Vírus da Aids é usado para combater leucemia em menina de 7 anos
Os resultados obtidos por pesquisadores da Universidade da Pensilvânia em 12 pessoas foram apresentados neste domingo (9) e nesta segunda-feira (10) em uma reunião da Sociedade Americana de Hematologia, em Atlanta.
G1/HJ
\n \n A\n garota americana Emma Whitehead, de 7 anos, conseguiu combater uma leucemia \n câncer que atinge os glóbulos brancos do sangue, responsáveis pela defesa do\n organismo graças a uma técnica experimental que usa uma forma deficiente do\n vírus da Aids para alterar as células do sistema imunológico e fazer com que o\n próprio paciente elimine a doença. As informações são do site do jornal\n "The New York Times".\n \n Os\n resultados obtidos por pesquisadores da Universidade da Pensilvânia em 12\n pessoas foram apresentados neste domingo (9) e nesta segunda-feira (10) em uma\n reunião da Sociedade Americana de Hematologia, em Atlanta.\n \n Emma\n já havia passado por sessões de quimioterapia, mas a doença voltou duas vezes.\n Desesperados, os pais procuraram um tratamento novo no Hospital Infantil da\n Filadélfia, que começou em abril e utilizou a variedade modificada de HIV para\n reprogramar o sistema de defesa dos pacientes e matar as células cancerosas.\n \n O\n tratamento com o remédio tocilizumab, porém, quase matou a menina que teve\n 40,5° C de febre, ficou inconsciente e quase irreconhecível de tão inchada. Ela\n precisou respirar por aparelhos, e familiares e amigos chegaram a se despedir\n dela.\n \n Hoje,\n mais de sete meses depois, o câncer desapareceu mas a cura só é considerada\n total após um período de cinco anos. Emma voltou à escola, tem tirado notas\n altas e lê até 50 livrinhos por mês. Ela foi a primeira criança e um dos\n primeiros seres humanos a ter sucesso com a nova técnica, que dá ao sistema\n imune do próprio paciente a capacidade permanente de combater a doença.\n \n A\n garota, que é filha única, foi diagnosticada em 2010 com leucemia linfoide (ou\n linfoblástica) aguda, que danifica o DNA de um grupo de células na medula\n óssea, que acabam sendo substituídas por células doentes.\n \n Três\n adultos com leucemia crônica também tiveram remissão completa do câncer durante\n o estudo, e dois deles estão bem há mais de dois anos. Outros quatro adultos\n melhoraram, mas a doença não desapareceu completamente, e um quinto foi tratado\n muito recentemente, motivo pelo qual ainda é cedo para ser avaliado.\n \n A\n outra criança submetida ao processo melhorou, mas depois teve uma recaída. E,\n em dois adultos, o tratamento não funcionou.\n \n Apesar\n dos diferentes resultados, especialistas em câncer dizem que a pesquisa é uma\n grande promessa, porque conseguiu reverter casos aparentemente sem esperança em\n uma fase de testes ainda inicial.\n \n Os\n cientistas acreditam que o mesmo método de reprogramação do sistema imune possa\n ser usado contra tumores de mama e próstata. Segundo o médico Carl June, que\n lidera os trabalhos, o novo tratamento poderia, no futuro, substituir o\n transplante de medula óssea última esperança para indivíduos com leucemia e\n doenças similares.\n \n Em\n agosto, a farmacêutica suíça Novartis resolveu apostar na equipe da Pensilvânia\n e destinará R$ 41,5 milhões para a construção de um centro de pesquisas no\n campus da universidade, com o objetivo de levar essa terapia para o mercado.\n \n Como funciona o tratamento
\n Durante o processo, os médicos retiram dos pacientes milhões de células T um\n tipo de glóbulo branco do sangue e inserem novos genes que permitem que essas\n células matem as cancerosas. Elas fazem isso ao atacar as células B, parte do\n sistema imune responsável pela "malignização" celular, que leva à\n leucemia.\n \n A\n técnica emprega uma forma deficiente do HIV, que é boa para transportar\n material genético nas células T. As células T alteradas, então, multiplicam-se\n e começam a destruir o câncer.\n \n Um\n sinal de que o tratamento está funcionando é que o paciente fica doente, com\n febre, calafrios, queda na pressão arterial e problemas nos pulmões.\n \n Muitas\n questões sobre o novo tratamento ainda permanecem, como o fato de se ele\n realmente funciona e por que às vezes falha. Além disso, ainda não está claro\n se o corpo dos pacientes precisará passar por alterações permanentes nas\n células T.\n \n Outro\n problema é que, assim como elas destroem as células B cancerosas, matam também\n as saudáveis, deixando as pessoas vulneráveis a certos tipos de infecções \n razão pela qual os voluntários precisam receber regularmente proteínas chamadas\n imunoglobulinas.\n \n \n \n \n
\n Durante o processo, os médicos retiram dos pacientes milhões de células T um\n tipo de glóbulo branco do sangue e inserem novos genes que permitem que essas\n células matem as cancerosas. Elas fazem isso ao atacar as células B, parte do\n sistema imune responsável pela "malignização" celular, que leva à\n leucemia.\n \n A\n técnica emprega uma forma deficiente do HIV, que é boa para transportar\n material genético nas células T. As células T alteradas, então, multiplicam-se\n e começam a destruir o câncer.\n \n Um\n sinal de que o tratamento está funcionando é que o paciente fica doente, com\n febre, calafrios, queda na pressão arterial e problemas nos pulmões.\n \n Muitas\n questões sobre o novo tratamento ainda permanecem, como o fato de se ele\n realmente funciona e por que às vezes falha. Além disso, ainda não está claro\n se o corpo dos pacientes precisará passar por alterações permanentes nas\n células T.\n \n Outro\n problema é que, assim como elas destroem as células B cancerosas, matam também\n as saudáveis, deixando as pessoas vulneráveis a certos tipos de infecções \n razão pela qual os voluntários precisam receber regularmente proteínas chamadas\n imunoglobulinas.\n \n \n \n \n