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Economia
11/09/2015 18:29:00
Bovespa fecha em queda e Petrobras retorna ao menor valor desde 2004
Mercado reagiu ao corte do grau de investimento da estatal e bancos. Ibovespa recuou 0,22%, a 46.400 pontos.

G1/PCS

Homem passa em frente à painel de ações na Bovespa (Foto: REUTERS/Paulo Whitaker)

A Bovespa fechou no vermelho nesta sexta-feira (11), com o mercado de olho na perda do grau de investimentos pela Standard amp;amp; Poor's por várias empresas brasileiras, entre elas a Petrobras, e potenciais medidas para o controle das contas públicas. A fraqueza dos mercados de ações externos também afetou o índice.

O Ibovespa caiu 0,22%, a 46.400 pontos. Veja cotação Na semana, o índice recuou 0,2% e em setembro, 0,48%. Em 2015, a bolsa acumula perda de 7,21%.

Petrobras volta a valores de 2004 após corte As ações ordinárias (com direito a voto) da Petrobras fecharam em queda de 5,37%, a R$ 8,81, o menor valor desde 22 de setembro de 2004, quando os papéis terminaram o pregão cotados a R$ 8,75.

Já os papéis preferenciais (com prioridade na distribuição de dividendos) terminaram o dia a R$ 7,66, em baixa de 3,8%. Segundo levantamento do analista da consultoria CMA, Adriano dos Santos Pires, trata-se da menor cotação de fechamento desde 24 de janeiro de 2005, quando o papel fechou a R$ 7,64.

A estatal liderou as maiores perdas do dia, após a empresa ser rebaixada pela Samp;amp;P na véspera, e em meio à queda dos preços do petróleo e corte na recomendação e preço-alvo por bancos estrangeiros, entre eles o Bank of America Merrill Lynch.

Em 2015, a petroleira acumula perda de 8,1% nas ações ordinárias e de 23% nas preferenciais.

As maiores altas do dia ficaram a cargo da Siderúrgica Nacional (mais de 10%) e da Usiminas (mais de 11%). E entre as maiores baixas estavam, além de Petrobras, Hering (mais de 4%) e Smiles (mais de 6%).

Pouco antes do fechamento na véspera, a Samp;amp;P cortou o rating da Petrobras para grau especulativo, como parte de uma série de ações sobre ratings de companhias brasileiras , após ter tirado o grau de investimento do Brasil na quarta-feira.

A Samp;amp;P foi a segunda das três principais agências de classificação de risco a colocar nota da estatal em grau especulativo - a primeira foi a Moody's, que tirou o grau de investimento da Petrobras em fevereiro.

Quanto à Hering, o mercado repercutiu o anúncio da saída do diretor das marcas Hering e Hering for You, Luis Renato Bueno.

A Vale perdeu o fôlego da abertura e mostrou declínio perto de 2%, mesmo após forte alta dos preços do minério de ferro na China e manutenção do grau de investimento da companhia pela Samp;amp;P.

Cenário local e externo

Nos EUA, os principais índices acionários recuavam, com investidores adotando posições conservadoras antes da decisão de política monetária nos Estados Unidos na próxima semana, diante da chance de o Federal Reserve elevar os juros pela primeira vez em quase uma década.

O gestor Joaquim Kokudai, da JPP Capital, disse que o comportamento do mercado externo é de certa cautela, mas que há um sentimento de que o ambiente político local pode caminhar para um desenho melhor após o Brasil perder o selo de bom pagador por uma das grandes agências de classificação de risco.

"A perda do grau de investimento do país pela Standard amp;amp; Poor's trouxe um senso de urgência para implementar medidas fiscais", afirmou.

Entre as alternativas ventiladas na mídia brasileira está a criação de tributo sobre transações financeiras, conforme noticiou o jornal "Valor Econômico".

Véspera

A Bovespa fechou em baixa na véspera, depois que a agência de risco Standard amp;amp; Poor's rebaixou a nota do país, tirando o grau de investimento, o "selo de bom pagador", do Brasil. O Ibovespa caiu 0,33%, a 46.503 pontos.

Perto do horário de fechamento, as ações preferenciais (que dão ao acionista preferência na distribuição dos dividendos) da Petrobras caíam mais de 5% no caso e quase 4% nas ordinárias (que dão direito a voto nas assembleias da empresa). Já as ações da Vale tinham alta de quase 5% nas ordinárias e quase 4% nas preferenciais.

Rebaixamento do Brasil

O Brasil perdeu o grau de investimento na classificação de crédito da Standard and Poor's (Samp;amp;P), na quarta (09). A nota do país foi rebaixada de "BBB-" para "BB ", com perspectiva negativa. O rebaixamento para a categoria "especulativa" acontece menos de 50 dias após a agência ter mudado a perspectiva para negativa.

Grandes companhias na Europa e na Ásia que têm uma parcela significativa das receitas advindas do Brasil tiveram suas ações negativamente afetadas nesta quinta-feira pela notícia, com performance abaixo dos índices regionais.