G1/PCS
O dólar abriu a sessão desta terça-feira (12) em queda, acompanhando os dados inflacionários do Brasil e dos Estados Unidos. Por volta das 15h23, a moeda americana caía 1%, a R$ 5,389. No mesmo horário, o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, subia 1,89%, aos 138.190 pontos.
▶️ O IBGE divulgou às 9h o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), termômetro oficial da inflação no Brasil, referente a julho. No mês, a alta foi de 0,26%, e nos últimos 12 meses, avançou 5,23% — abaixo das expectativas do mercado.
▶️Também foi divulgado o índice de preços ao consumidor dos EUA (CPI, na sigla em inglês). O indicador avançou a 2,7% em 12 meses, abaixo da expectativa do mercado, de alta a 2,8%.
▶️ Na agenda política, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participa de audiência pública sobre o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Há ainda a expectativa pelo plano de contingência do governo em relação às sobretaxas aos produtos brasileiros nos EUA.
▶️Já a agenda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva prevê encontros com ministros ao longo do dia. Ontem à noite, ele teve uma conversa por telefone com o presidente da China, Xi Jinping, sobre o papel do G20 e do BRICS na defesa do multilateralismo.
▶️ No exterior, Donald Trump anunciou ontem a nomeação do economista E.J. Antoni como novo comissário do Bureau of Labor Statistics (BLS), órgão responsável pela divulgação dos principais indicadores econômicos do país.
Veja abaixo como esses fatores impactam o mercado.
IPCA de julho
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, aponta que os preços subiram 0,26% em julho, segundo dados divulgados nesta terça-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado representa uma alta 0,02 ponto percentual (p.p.) acima da taxa de 0,24% de junho.
No ano, o IPCA acumula alta de 3,26% e, nos últimos 12 meses, o índice ficou em 5,23%, abaixo dos 5,35% dos 12 meses imediatamente anteriores. Em julho de 2024, a variação havia sido de 0,38%.
O resultado ficou levemente abaixo das projeções do mercado. Especialistas ouvidos pela Reuters previam uma alta mensal de 0,37%, e de 5,34% nos últimos 12 meses.
"Qualitativamente, o resultado foi misto, mas melhor do que o esperado", avalia Igor Cadilhac, economista do PicPay.
Um dos principais alívios veio da queda dos preços dos alimentos — com destaque para a queda do preço do em arroz, feijão, ovos, carnes vermelhas e itens in natura, como batata-inglesa, frutas e hortaliças. Cadilhac destaca que, com exceção dos serviços (0,59%), todas as demais medidas vieram melhores do que as projeções.
No entanto, como os serviços subjacentes (0,49%) representam uma das principais métricas qualitativas, ele ressalta que o resultado deve ser interpretado com cautela. "Mantemos a avaliação de que ainda é necessária uma política monetária restritiva, com a Selic permanecendo em 15% até o final do ano", afirma.