A partir da próxima semana, o etanol pode ficar R 0,10 mais caro em \n Campo Grande e perder de vez a competitividade com a gasolina. As \n distribuidoras, segundo o Sinpetro (Sindicado do Comércio Varejista de \n Derivados do Petróleo e Lubrificantes), aumentaram de R$ 0,04 a R$ 0,10 o\n preço do produto e a tendência seria repassar o reajuste ao consumidor a\n partir da próxima semana.“Há 10 dias, o álcool está mais caro \n para o empresário e nesta semana o aumento se acentuou”, detalhou o \n presidente do Sinpetro, Edson Lazarotto. Ainda de acordo com o \n sindicato, o preço do produto para os donos de postos de combustível \n subiu, em média, de R$ 1,84 para R$ 1,94. “A margem de lucro está \n estreita e a tendência é começar a adequar as planilhas a partir da \n semana que vem”, avisou.Questionado sobre os motivos do reajuste,\n Lazarotto disse não saber ao certo as causas. “As empresas \n sucroalcooleiras vêm reclamando faz tempo do custo alto e da falta de \n competitividade”, comentou. “Para segurar a inflação, o governo subsidia\n a gasolina e o álcool não consegue deslanchar”, completou.Em quatro postos visitados,\n nesta sexta-feira (21), o preço do etanol variou de R$ 2,14 a R$ 2,17. \n Na maioria, o álcool já perdeu a competitividade com a gasolina e atrai \n apenas de 10% a 20% dos clientes.O vendedor Tadeu Bernardi, 30 \n anos, ainda resiste e abastece com etanol. “Acho que o álcool polui \n menos”, justificou. Ele anda cerca de 100 quilômetros por dia e se \n assustou com a possibilidade de novo reajuste. “Gasto cerca de R$ 1 mil \n por mês só em combustível”, contou. “Se continuar assim, vou vender o \n carro”, emendou.O mototaxista Geovane Borba, 25, também reclamou \n do preço do combustível. “Já está caro e não dá para suportar novo \n aumento”, afirmou. Segundo ele, os gastos para abastecer vêm \n comprometendo cada vez mais a renda familiar. “Antes, dava para levar a \n filha para passar uma vez por semana, agora, no máximo uma vez por mês”,\n lamentou.Sem previsão – Em pelo menos quatro \n postos, ainda não há previsão de repassar o aumento ao consumidor. Em \n estabelecimento, localizado na Rua 26 de Agosto, esquina com a Avenida \n Calógeras, o etanol ficou R$ 0,04 mais caro para o proprietário, desde a\n semana passada. “Por enquanto, ninguém falou em aumento ao cliente”, \n disse o gerente Alessandro de Carvalho.Em outro posto, localizado\n na Avenida Afonso Pena, também não há previsão de reajuste ao \n consumidor, segundo o chefe de pista Fábio da Silva, 28 anos. “O etanol \n sai pouco e o estoque duro muito, então, ainda não percebemos o aumento \n por parte das distribuidoras”, afirmou. “E não há informação de aumento \n para o cliente”, acrescentou.Nos dois estabelecimentos, o etanol \n equivale a 71% do preço da gasolina e já não compensa para o consumidor.\n “Acima de 70% não é vantajoso”, disse Lazarotto. Segundo ele, em média,\n o valor do produto ainda corresponde a 69% do preço da gasolina, em \n Campo Grande. “Então, com o novo aumento, o álcool perderá de vez a