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Afastada após erro crucial na partida entre Internacional e Cruzeiro no último final de semana, a árbitra de Três Lagoas Daiane Muniz não é a única sul-mato-grossense a se envolver em polêmica de arbitragem pelo Brasil.
Há sete anos, em julho de 2017, Paulo Vollkopf, árbitro da final do Campeonato Sul-Mato-Grossense de 2025, assinalou pênalti em favor do Avaí, em confronto diante do Flamengo, entretanto, após dois minutos de espera, voltou atrás da decisão, e anulou o lance. A decisão gerou grande repercussão negativa em cima da atuação de Volkopf, e causou revolta em catarinenses e cariocas.
Ao Correio do Estado, Volkopf declarou que apesar da demora, a decisão tomada à época foi acertada, visto que naquele período, os árbitros do país não contavam com o auxílio do árbitro de vídeo [VAR], recurso o qual Daiane Muniz detinha e não utilizou no último final de semana.
Cabe destacar que o vídeo suporte foi utilizado pela primeira vez durante a Copa do Mundo de 2018, ou seja, após a polêmica vivida pelo sul-mato-grossense no Estádio da Ressacada, em Santa Catarina.
Na súmula da partida, o árbitro não citou a confusão gerada após a marcação do pênalti de Everton em Diego Tavares.
O único registro foi a expulsão de Marquinhos, que já no banco de reservas, recebeu cartão vermelho após reclamar da decisão da arbitragem. Com gols de Rômulo e Leandro Damião, a partida terminou empatada em 1 a 1.
“Em 2017 nós não tínhamos o recurso do VAR. Acontece que eu faço a marcação [do pênalti] e o meu assistente me chama e diz que eu havia errado, voltei atrás e corrigi o erro”, disse o árbitro, que na ocasião foi auxiliado pelos também sul-mato-grossenses Eduardo Gonçalves da Cruz e Leandro dos Santos Ruberdo, quem o auxiliou no lance.
Questionado sobre o erro mais recente de Daiane Muniz, o professor de educação física disse que a falha dela (que atuava como VAR), foi não ter chamado o árbitro de campo para rever o lance que ocasionou o pênalti que abriu o placar para o time gaúcho.
A partida foi comandada por Marcelo de Lima Henrique, junto de Daiane, também afastado pela Confederação Brasileira de Futebol. Além deles, os assistentes Nailton Júnior de Sousa e Renan Aguiar da Costa (CE); o quarto árbitro Luciano da Silva Miranda (CE) e a auxiliar de vídeo Amanda Matias, também foram afastados e passarão por reciclagem, de pelo menos, 30 dias.
Reciclagem
Uma pessoa ligada ao quadro de arbitragem da FFMS destacou à reportagem como funcionam os processos de reciclagem dos árbitros, sobretudo após erros de grande repercussão.
Conforme apurado, após os erros, os envolvidos são prontamente afastados dos campos e participam de uma reunião junto à CBF para que a confederação possa compreender a dinâmica do erro.
Após isso, os árbitros passam por testes técnicos, uma espécie de prova, realizada através de formulários que atestam os conhecimentos de todos. Por fim, os formulários são enviados à CBF, que atesta se aqueles que erraram possuem nível técnico suficiente para voltar aos gramados.