Geral
09/04/2013 09:00:00
Preços subirão acima da inflação até 2015, diz especialista
Só a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de janeiro de 2003 a janeiro de 2013, acumulou 78,1%.
Terra/LD
\n \n A sensação de que hoje tudo custa muito\n mais caro é recorrente entre os consumidores. E não é para menos. Só a\n inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de\n janeiro de 2003 a janeiro de 2013, acumulou 78,1%. Os preços pagos pelos\n brasileiros em qualquer produto subiram. Entretanto, o poder de compra também\n aumentou. Somente no período de 2003 a 2010, apresentou crescimento de 19%,\n segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).\n \n Isso significa que, na média, um produto\n que custava R$ 100, em janeiro de 2003, estava custando R$ 178,10, em janeiro\n de 2013. Comparando a partir de janeiro de 2011, período do governo Dilma, a\n inflação medida pelo IPCA acumulou 13,69%. Ou seja, um produto que, na média,\n custava R$ 100 no começo de 2011, estava custando R$ 113,69 no início deste\n ano.nbsp;\n \n O valor da cesta básica, de acordo com o\n Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese),\n praticamente dobrou no mesmo intervalo de tempo. Em 2003, os gêneros\n alimentícios essenciais custavam R$ 166,54 (equivalente a 83,27% do salário\n mínimo da época) em São Paulo. Neste ano, a cesta básica, que segue em alta,\n está custando R$ 326,59 (equivalente a 48,16% do mínimo).\n \n Não só a cesta básica está mais cara no\n Brasil. O País ocupa a quinta posição no índice Big Mac, que compara o preço do\n sanduíche em diversos países para mostrar a valorização de cada moeda. Segundo\n a autora da pesquisa, a revista britânica The Economist, o Brasil fica atrás\n apenas de Venezuela, Noruega, Suécia e Suíça. Aqui, o sanduíche custa US$ 5,64;\n nos Estados Unidos, US$ 4,37. Na Índia, o lugar mais barato, US$ 1,67. Além de\n calcular o preço do sanduíche, a pesquisa também faz uma ponderação pelo\n Produto Interno Bruto (PIB) per capita. Nesse ranking, o Brasil se mostra 92,3%\n mais caro do que os Estados Unidos.\n \n Mínimo mais alto\n \n Apesar do aumento dos preços, o salário\n também cresceu. O valor do salário mínimo nacional, em 2003, era de R$ 200.\n Atualmente, é de R$ 678. Segundo o economista e coordenador de curso do\n IBMEC-MG, Reginaldo Nogueira, algumas categorias tiveram aumentos maiores do\n que outras, de tal maneira que o impacto da inflação sobre o poder de compra\n não é uniforme. Dados do IBGE para o rendimento real médio do trabalho indicam\n que o salário real, ou seja, o ganho salarial descontada a inflação para a\n média dos trabalhadores, aumentou 22,5% nos últimos 10 anos. Quando olhamos o\n período de janeiro de 2011 até o início deste ano, o ganho real foi de cerca de\n 5%, avalia.\n \n De acordo com Nogueira, o desafio é saber\n se os salários conseguem acompanhar a subida dos preços. O problema que temos\n é que, quanto maior a inflação, menor a chance de os aumentos salariais\n conseguirem compensar essa subida de preços, provocando queda do rendimento\n real, explica. Para ele, o País está em um ciclo um tanto longo de preços\n subindo acima das metas oficiais do governo, de 4,5%, e isso deve durar pelo\n menos até 2015. A menos que haja mudança na condução da política econômica. O\n problema disso é que, com a inflação subindo relativamente rápido, em geral os\n salários não conseguem acompanhar, aponta.\n \n \n \n \n