VERSÃO DE IMPRESSÃO
Geral
04/05/2013 06:01:52
Barbosa diz que Justiça pune de forma desigual ricos e pobres
Segundo ele, há diferença na condução de ações envolvendo pessoas com maior poder aquisitivo, com dinheiro para pagar bons advogados, e aquelas relacionadas aos "pobres, negros e pessoas sem conexões".

Agência Brasil/PCS

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro\n Joaquim Barbosa, disse nesta sexta-feira (03), em debate na Costa Rica, que \n um dos fatores da impunidade no País é o tratamento desigual dado pela \n Justiça.
Segundo ele, há diferença na condução de ações envolvendo \n pessoas com maior poder aquisitivo, com dinheiro para pagar bons \n advogados, e aquelas relacionadas aos "pobres, negros e pessoas sem \n conexões".\n \n "As pessoas são tratadas de forma diferente de acordo \n com seu status, sua cor de pele e o dinheiro que têm. Tudo isso tem um \n papel enorme no sistema judicial e especialmente na impunidade", disse \n Barbosa. O ministro está em San José participando de um evento sobre \n liberdade de imprensa promovido pela Unesco.\n \n Segundo o ministro, no País prevalece uma proximidade \n antiética entre advogados poderosos e juízes, o que acaba \n desequilibrando a prestação de Justiça. "Essa pessoa poderosa pode \n contratar um advogado poderoso com conexões no Judiciário, que pode ter \n contatos com juízes, sem nenhum controle do Ministério Público ou da \n sociedade. E depois vêm as decisões surpreendentes: uma pessoa acusada \n de cometer um crime é deixada em liberdade", argumentou.\n \n Mesmo apontando essa falha, que considera existir não só\n no Brasil e na América Latina, mas no mundo todo, Barbosa disse que o \n Judiciário brasileiro é confiável, forte e independente do Legislativo e\n do Executivo. "Os juízes são respeitados pela maioria das pessoas", \n analisou.\n \n O presidente do Supremo também justificou a demora da \n resposta do Judiciário brasileiro devido ao complexo sistema recursal do\n País, que admite até quatro instâncias para analisar a mesma questão. \n Ele também falou dos problemas da prerrogativa de foro, que permite aos \n políticos e determinadas autoridades serem julgados por tribunais \n superiores, e não pela Justiça de primeiro grau.\n \n \n