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Geral
23/05/2012 09:40:05
Entidades dizem que repórter da Band violou direitos humanos
Uma reportagem do programa "Brasil Urgente", da TV Band Bahia, exibida há cerca de 15 dias, causa indignação a internautas e integrantes de comissões de direitos humanos.

IG/PCS

Foto: Reprodução/youTube
\n Uma reportagem do programa "Brasil Urgente", da TV Band Bahia, exibida há cerca de 15 dias, causa indignação a internautas e integrantes de comissões de direitos humanos. Para entidades, houve discriminação. A repórter Mirella Cunha entrevista um jovem negro que aparentemente acabara de ser detido por assalto e estupro. Durante a entrevista, o jovem assume que roubou, mas nega o estupro. Ao negar, a repórter provoca o jovem. “Não estuprou, mas queria estuprar”, diz. Para mostrar que não é culpado, o jovem diz que faria um exame para provar sua inocência. Ele se confunde e diz que passaria por um exame de próstata, mas queria dizer exame de corpo de delito. O acusado não consegue falar a palavra “próstata” e a repórter se aproveita da situação e insiste para ele repetir o nome do exame, o que o deixa constrangido. A repórter segue rindo e fala para o apresentador do programa: “Uziel, depois você não quer que o vídeo vá para o Youtube”. Para Rafael Dias, pesquisador da ONG Justiça Global, a ação da repórter foi fruto "de uma concepção equivocada em que a jornalista pode ter acesso livre nas delegacias e fazer um julgamento midiático". Ele diz esperar que o Ministério Público e a Secretaria da Segurança do Estado se manifestem em relação à reportagem. "Houve uma clara violação de direitos humanos de alguém que estava resguardado pela autoridade policial". Dias acrescenta que houve discriminação racial, e espera que organizações civis se manifestem na Justiça contra o tratamento dado pela jornalista ao rapaz. Em nota, a Band diz que “ vai tomar todas as medidas disciplinares necessárias”. “A postura da repórter fere o código de ética do jornalismo da emissora”, diz a nota. A emissora não respondeu se o editor da emissora também feriu o código de ética do jornalismo. Veja aqui o vídeo\n \n