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Geral
06/04/2013 11:48:12
Família de mulher morta por companheiro só soube do julgamento um dia depois
Residentes em Batayporã há mais de 30 anos, os pais e irmãos da vítima afirmaram que se soubessem com antecedência, viajariam para Angélica, a fim de acompanhar o desfecho do caso.

Nova News/LD

\n \n A família de Valdelice Rodrigues da\n Silva, de 32 anos, assassinada pelo marido Messias dos Santos Ventura, de 42\n anos, em abril de 2012, na cidade de Angélica, soube do julgamento do réu,\n realizado na última quinta-feira (4), apenas na sexta-feira (5), um dia depois\n que o júri foi realizado. Residentes em Batayporã há mais de 30 anos, os pais e\n irmãos da vítima afirmaram que se soubessem com antecedência, viajariam para\n Angélica, a fim de acompanhar o desfecho do caso. \n \n "Nós\n só ficamos sabendo do julgamento um dia depois, porque ouvimos a notícia no\n rádio. Algumas pessoas começaram a nos parar na rua para perguntar qual a nossa\n opinião sobre o julgamento enquanto nós nem sabíamos que o júri já havia sido\n realizado", afirmou a mãe da vítima, ao segurar uma fotografia da filha.\n "Se por acaso, ele fosse inocentado, hoje estaria em liberdade sem que nós\n tivéssemos conhecimento da decisão da Justiça", completou. \n \n Messias\n dos Santos Ventura foi condenado a 20 anos de prisão. Em abril de 2012, após\n desentendimento conjugal, Messias assassinou a esposa, que teve o pescoço\n cortado com uma faca. Segundo a família, o autor sempre apresentou sinais de\n que era uma pessoa violenta. "Ás vezes a gente tinha que ir de madrugada à\n casa deles para separar as brigas. Mas não imaginávamos que chegaria a este\n ponto", disse um dos irmãos da vítima. \n \n Valdelice\n e Messias se conheceram em Batayporã, onde se casaram. Depois, se mudaram para\n Angélica, onde conseguiram trabalho em uma usina de processamento de\n cana-de-açúcar. Na companhia do casal, moravam duas crianças, o menino de sete\n anos, filho legítimo dos dois, e a menina de 13 anos, filho dela, fruto de\n relacionamento anterior. Após o crime, as crianças vieram morar com avós e tios\n em Batayporã. \n \n Segundo\n os avós das crianças, o menino, por ter menos idade, se distrai com mais\n facilidade, brinca e vai à escola normalmente, já a menina, com mais\n maturidade, sofre mais em decorrência do crime. "Às vezes a gente\n surpreende a mocinha chorando, olhando para a foto da mãe. Percebemos que ela\n sente mais pelo que aconteceu. Mesmo assim ela não deixa de ir à escola e, de\n alguma forma, tenta superar o trauma", afirma a avó. \n \n Sem\n condições de contratar advogado para acompanhar o caso, a família alega que\n nunca teve notícias sobre o andamento do caso. "Desde o dia do\n assassinato, nunca fomos procurados por ninguém, nunca vieram aqui nos informar\n de nada. Também jamais fomos chamados para dizer uma só palavra sobre esta\n perda irreparável", disse um dos irmãos de Valdelice. \n \n Segundo\n ele, apenas representantes da usina, onde a vítima trabalhava, visitaram a\n família, ajudaram com as despesas do funeral e trataram a respeito das questões\n trabalhistas. A Prefeitura Municipal de Batayporã também teria, na época,\n auxiliado os familiares da vítima com algumas despesas. \n \n Sobre\n os 20 anos de prisão a que o autor do crime foi condenado, a família diz que\n considera a pena razoável. "Nada trará nossa filha de volta e nada apagará\n o que houve da memória das crianças. Acreditamos que ele não fique 20 anos\n preso, mas pelo menos temos a sensação de que a justiça foi feita",\n finalizou a mãe de Valdelice. \n \n Em\n contato com um escritório de advocacia de Nova Andradina, o Nova News foi\n informado de que, caso a família tivesse contratado um advogado, este teria a\n missão de informá-los a respeito de cada passo do processo, porém, como isso\n não foi feito, os parentes da vítima teriam que manter contato com a Justiça, a\n fim de acompanhar o caso. \n \n \n \n \n