Geral
23/01/2012 12:00:48
Justiça acata denúncia contra 6 acusados de matar professores índios
O MPF também informou hoje que pediu a abertura de novo inquérito para apurar a utilização de carros oficiais da Prefeitura para a invasão à comunidade indígena.
CGNews/AQ
Quase 40 meses depois do desaparecimento de dois professores na \n comunidade indígena de Ypoi, em Paranhos, no sul do Estado, seis \n pessoas se tornaram oficialmente réus pela morte e e ocultação dos \n corpos de Jenivaldo Vera e Rolindo Vera. Até hoje, só o corpo de \n Jenivaldo foi encontrado, mas as investigações da Polícia Federal e do \n MPF apontam que ele também foi morto e, na semana passada, a Justiça \n Federal acatou a denúncia, que envolve um vereador e um fazendeiro da \n cidade.\n \n O MPF também informou hoje que pediu a abertura de novo inquérito \n para apurar a utilização de carros oficiais da Prefeitura para a invasão\n à comunidade indígena.\n \n No processo já em andamento, foram transformados em réus seis \n pessoas, o dono da fazenda São Luís, onde os índios estão acampados, \n Fermino Aurélio Escolbar Filho; os filhos dele, Rui Evaldo Nunes Escobar\n e Evaldo Luís Nunes Escobar, o vereador e presidente do Sindicato Rural\n de Paranhos, Moacir João Macedo (PSDB), o comerciante Antônio Pereira e\n o ex-candidato a prefeito da cidade, Joanelse Tavares Pinheiro.Como foi
Conforme a denúncia apresentada à Justiça, \n os dois professores foram mortos durante um ataque em que foram \n expulsos da fazenda São Luiz, reivindicada como de ocupação tradicional\n da etnia guarani-kaiowá na Fazenda São Luiz, em Paranhos, em 31 de \n outubro de 2009.\n \n Conforme a denúncia, quatro dos réus, Evaldo, Moacir, Antônio Pereira\n e Joanelse, e outras pessoas ainda não identificadas, com o auxílio \n dos réus Fermino e Rui, chegaram ao local em caminhões e caminhonetes, \n fazendo disparos com pelo menos sete armas de fogo de vários calibres e \n agredindo o grupo de 50 indígenas.\n De acordo com a denúncia, Mário Vera, à época com 89 anos, recebeu \n pauladas nas costas, ombros e pernas. Os dois professores foram mortos e\n os corpos, ocultados.\n \n O corpo de Jenivaldo foi encontrado uma semana depois, em 7 de \n novembro, dentro no Rio Ypoi, próximo ao local do conflito. O boletim \n de ocorrência, Jenivaldo estava sem camisa, com cueca e calção, \n descalço, com perfuração de arma de grosso calibre frontal no peito e \n nas costas.\n \n A perícia comprovou que a morte foi causada por um tiro nas costas, \n que saiu pelo peito, provocando hemorragia fatal. Apesar das buscas \n realizadas pela Polícia com o auxílio do Exército e do Corpo de \n Bombeiros, o corpo de Rolindo não foi encontrado até hoje.\n \n RetomadaDepois de expulsos em 2009, os indígenas \n guarani-kaiowá puderam voltar para a fazenda São Luís em 19 de agosto de\n 2010, amparados por decisão do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, \n que cassou ordem de reintegração de posse até a produção de prova \n pericial antropológica, ou seja, os estudos que confirmem os indícios \n de ocupação tradicional da região por aquele grupo étnico. Segundo o \n Tribunal, "existem provas de que a Fazenda São Luiz pode vir a ser \n demarcada como área tradicionalmente ocupada pelos índios".\n \n Também por decisão da Justiça, o corpo de Jenivaldo foi sepultado na área, e está em um mausoléu construído pela família.\n \n O processo contra os seis acusados está, neste momento, com o MPF, \n para tomar ciência de que a denúncia foi acatada. Depois, seguirá os \n tramites normais, de depoimentos da acusação, da defesa, até a fase de \n definição se os acusados serão levados a júri popular.\n \n \n
Conforme a denúncia apresentada à Justiça, \n os dois professores foram mortos durante um ataque em que foram \n expulsos da fazenda São Luiz, reivindicada como de ocupação tradicional\n da etnia guarani-kaiowá na Fazenda São Luiz, em Paranhos, em 31 de \n outubro de 2009.\n \n Conforme a denúncia, quatro dos réus, Evaldo, Moacir, Antônio Pereira\n e Joanelse, e outras pessoas ainda não identificadas, com o auxílio \n dos réus Fermino e Rui, chegaram ao local em caminhões e caminhonetes, \n fazendo disparos com pelo menos sete armas de fogo de vários calibres e \n agredindo o grupo de 50 indígenas.\n De acordo com a denúncia, Mário Vera, à época com 89 anos, recebeu \n pauladas nas costas, ombros e pernas. Os dois professores foram mortos e\n os corpos, ocultados.\n \n O corpo de Jenivaldo foi encontrado uma semana depois, em 7 de \n novembro, dentro no Rio Ypoi, próximo ao local do conflito. O boletim \n de ocorrência, Jenivaldo estava sem camisa, com cueca e calção, \n descalço, com perfuração de arma de grosso calibre frontal no peito e \n nas costas.\n \n A perícia comprovou que a morte foi causada por um tiro nas costas, \n que saiu pelo peito, provocando hemorragia fatal. Apesar das buscas \n realizadas pela Polícia com o auxílio do Exército e do Corpo de \n Bombeiros, o corpo de Rolindo não foi encontrado até hoje.\n \n RetomadaDepois de expulsos em 2009, os indígenas \n guarani-kaiowá puderam voltar para a fazenda São Luís em 19 de agosto de\n 2010, amparados por decisão do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, \n que cassou ordem de reintegração de posse até a produção de prova \n pericial antropológica, ou seja, os estudos que confirmem os indícios \n de ocupação tradicional da região por aquele grupo étnico. Segundo o \n Tribunal, "existem provas de que a Fazenda São Luiz pode vir a ser \n demarcada como área tradicionalmente ocupada pelos índios".\n \n Também por decisão da Justiça, o corpo de Jenivaldo foi sepultado na área, e está em um mausoléu construído pela família.\n \n O processo contra os seis acusados está, neste momento, com o MPF, \n para tomar ciência de que a denúncia foi acatada. Depois, seguirá os \n tramites normais, de depoimentos da acusação, da defesa, até a fase de \n definição se os acusados serão levados a júri popular.\n \n \n