\n \n No primeiro semestre deste ano, 1.338 pessoas ligaram para o\n número 193 do Corpo de Bombeiros de Nova Andradina para solicitar algum tipo de\n atendimento. Relatório elaborado pela instituição aponta uma média de 223\n chamadas por mês. Entre as ocorrências mais comuns estão atendimentos\n pré-hospitalares, salvamentos, combate a incêndios e auxílios a pessoas\n necessitadas. \n \n Ainda segundo o levantamento, do total de pessoas atendidas nos\n primeiros seis meses do ano, 617 apresentavam algum tipo de ferimento e\n precisaram ser encaminhadas para cuidados médicos. Apesar do atendimento\n considerado excelente pela população, uma mudança no sistema de resgate causa\n preocupação aos moradores de Nova Andradina. \n \n A partir do fim do ano, as ações de resgate na cidade passariam a\n ser controladas pela central do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU)\n de Dourados, o que, na opinião de muitos moradores, causaria certa burocracia\n nos atendimentos.\n \n De acordo com a alteração, o cidadão que necessitasse de\n atendimento ligaria para o número 192 e um médico regulador que estaria em\n Dourados atenderia a chamada, faria algumas perguntas para definir qual o tipo\n de atendimento mais adequado para aquele caso e só então a central acionaria uma\n ambulância de Nova Andradina para se deslocar até o endereço indicado. \n \n O assunto gera polêmica, pois algumas pessoas acreditam que um\n atendente que está em Dourados não teria conhecimento de todos os endereços,\n nomes dos bairros e das localidades existentes em Nova Andradina. "Será\n que um profissional que está em Dourados vai saber que "Morada do\n Sol" é, na verdade, um apelido para o Bairro Durval Andrade Filho e que\n "Pia Cobra" é como os moradores chamam o Bairro Pedro Pedrossian?\n Será que o resgate vai para o lugar certo?", questiona uma moradora, que\n preferiu ter ser nome preservado. \n \n Um dos diretores do SAMU de Dourados, o médico Eduardo Antonio\n Silveira, explica que a medida faz parte de um plano nacional e que, além de\n Nova Andradina, as cidades de Naviraí e Mundo Novo também estariam incluídas\n nesta etapa do programa. "O Governo Federal quer que todo o território\n nacional conte com serviço de resgate, por isso a determinação da mudança no\n sistema de atendimento", explica ele. \n \n Questionado pelo Nova News se localidades como o Distrito de Nova\n Casa Verde e cidades de menor porte como Batayporã e Taquarussu, que não\n possuem resgate ou unidades do Corpo de Bombeiros, não deveriam ter prioridade\n no plano nacional, Eduardo Antônio disse que estas comunidades serão atendidas\n em um segundo momento. "Futuramente, até mesmo os assentamentos contarão\n com serviço de resgate", promete.\n \n Eduardo informou ainda que equipes do município já estão em fase\n de aprendizagem e pelo menos duas ações de treinamento já teriam ocorrido. Nas\n palavras do médico, os servidores responsáveis pelos resgates fariam o serviço\n com total qualidade.\n \n O secretário de Saúde de Nova Andradina, Tito José, confirmou que\n o novo modelo de serviço de resgate já está definido, faltando apenas, segundo\n ele, alguns detalhes técnicos para que o município assuma a responsabilidade\n pelos resgates sob a coordenação do SAMU de Dourados. \n \n Na opinião do comandante do Corpo de Bombeiros de Nova Andradina,\n major major Huesley Paulo da Silva, a mudança trará descontentamento à\n população. "As pessoas vão ligar para o 193 dos bombeiros e receberão a\n informação de que terão de ligar para o 192 do SAMU. Sei que isso vai causar\n transtorno às pessoas, que sempre ligam nervosas e que tem pressa em receber o\n atendimento", pontua. O major afirmou que esperava um acordo com a\n Prefeitura Municipal, que teria autonomia para firmar parceria com o Corpo de\n Bombeiros, a fim de que o modelo de trabalho atual fosse mantido, mas segundo\n ele, a negociação não foi bem sucedida. \n \n Atualmente a ambulância utilizada pelos bombeiros de Nova\n Andradina pertence ao SAMU e foi cedida pelo Ministério da Saúde. Com a\n alteração no sistema de atendimento, há a possibilidade de que a ambulância\n deixe o pátio do Corpo de Bombeiros para ficar sob a responsabilidade do\n município. \n \n \n \n \n