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O pai de Ana Clara Benevides Machado, a jovem que morreu após passar mal no show da cantora Taylor Swift, disse que “nunca desconfiou” que a causa da morte seria pelo calor. O laudo de necropsia apontou que a universitária teve exaustão térmica causada pelas altas temperaturas. Na ocasião, o Rio de Janeiro enfrentava uma onda de calor extremo, com máximas acima dos 40ºC.
"Nunca desconfiei que a causa da morte seria pelo calor", disse José Weiny Machado ao g1.
O show aconteceu no dia 17 de novembro, no Estádio Nilton Santos, o Engenhão, para um público de aproximadamente 60 mil pessoas. Ana Clara teve uma parada cardiorrespiratória, chegou a ser levada ao hospital, mas não resistiu.
Em uma rede social, Adriana Benevides postou uma foto de Ana Clara e falou da saudade. Na publicação, a mãe da jovem escolheu uma música da cantora norte-americana como “trilha sonora”. A estudante amava a artista e estava realizando um sonho ao viajar para assistir ao show.
Ana Clara tinha 23 anos, estudava psicologia e morava em Rondonópolis, em Mato Grosso, mas era de Sonora, em Mato Grosso do Sul.
Segundo a amiga Daniele Menin, a jovem desmaiou durante a música Cruel Summer, a segunda do repertório de Taylor. "Na segunda música ela simplesmente desmaiou. Aí tiramos ela com ajuda dos seguranças e corremos pro postinho de apoio no estádio. Eles atenderam ela e encaminharam pra ambulância", lembra.
Em nota, a T4F disse que Ana Clara foi "foi prontamente atendida por socorristas e encaminhada em ambulância UTI, acompanhada por médicos até o hospital para que pudesse receber atendimento." A organizadora informou ainda que, em 40 anos de atuação, a empresa nunca se envolveu em um "episódio trágico como o ocorrido no Engenhão, decorrente de fator climático” (Veja a nota completa ao fim da reportagem).
Exaustão térmica
O laudo de necropsia apontou que Ana Clara Benevides Machado teve exaustão térmica causada pelo calor. O perito concluiu que a jovem estava exposta ao calor difuso — ou seja, que havia calor extremo no ambiente —; que a exposição foi indireta; que a fonte do calor foi o sol.
Ainda segundo o documento, a evolução clínica aponta exaustão térmica com quadro de choque cardiovascular e comprometimento grave dos pulmões, evoluindo para morte súbita.
O laudo diz ainda que a jovem morreu por hemorragia alveolar, ou seja, houve rompimento dos vasos sanguíneos que irrigam os pulmões, e congestão polivisceral, que significa a paralisação de vários órgãos por exposição difusa ao calor.