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Geral
04/09/2012 10:49:09
Telefonista chamada de "elefante" no trabalho é indenizada em R$ 8 mil
Alvo de piadas dos colegas de trabalho porque é obesa, a telefonista Nahla Camila dos Santos, de 29 anos, decidiu recorrer à Justiça e, na quarta-feira (29), aceitou um acordo proposto pela empresa onde trabalhava para receber R$ 8 mil de indenização.

G1/LD

Nahla lê a sentença do processo que moveu contra a empresa onde trabalhou (Foto: Adriano Oliveira/G1)
\n \n Alvo\n de piadas dos colegas de trabalho porque é obesa, a telefonista Nahla Camila\n dos Santos, de 29 anos, decidiu recorrer à Justiça e, na quarta-feira (29),\n aceitou um acordo proposto pela empresa onde trabalhava para receber R$ 8 mil\n de indenização.\n \n Nahla,\n que permaneceu na empresa de mototáxi em Ribeirão Preto (SP) entre 2009 e 2011,\n disse que pesava 162 quilos na época – hoje pesa 130 –nbsp; e resolveu\n denunciar o empregador porque encontrou o desenho de um elefante na parede do\n banheiro utilizado pelos funcionários. Abaixo da figura estavam as letras “KA”\n que, segundo a jovem, faziam referência ao seu segundo nome,\n "Camila".\n \n Primeiro\n ela procurou a polícia. “Sempre ouvi conversas baixinho, eles se referiam a mim\n com nomes pejorativos como gorda, elefantinho. Eu ficava mal, chorava e acabei\n procurando uma psicóloga. Foi ela que me ajudou a não aceitar as ofensas e\n registrar o boletim de ocorrência”, afirmou.\n \n Orientada\n pelo escrivão, a telefonista redigiu uma carta relatando ao patrão todos os\n acontecimentos e pediu que ele assinasse o documento. Como, segundo ela,\n nenhuma atitude foi tomada, a questão foi levada à Justiça. "Eu ainda\n aguentei as piadas por mais três meses, até que eles me mandaram embora. E foi\n essa carta que provou no tribunal que eu realmente era assediada", relatou\n a telefonista.\n \n Na\n decisão do processo, o juiz Gustavo Triandafelides Balthazar considerou que\n "cabe ao empregador propiciar um ambiente de trabalho saudável, tomando as\n medidas necessárias, inclusive fiscalizadoras, para que nenhum trabalhador\n tenha sua dignidade abalada."\n \n Empresa
\n O advogado da empresa de mototáxi, Mário Nelson Perez Júnior, negou que o\n proprietário não tenha tomado qualquer atitude a respeito da carta escrita por\n Nahla. Segundo Perez Júnior, o gerente advertiu e, após reincidência, demitiu\n em julho de 2011 o funcionário responsável pelas piadas preconceituosas contra\n a jovem, antes mesmo de Nahla ter sido dispensada.\n \n Humilhações
\n Nahla afirmou que o objetivo da ação judicial era lutar contra o preconceito\n que sofreu desde a infância por ser obesa. Segundo a jovem, após o nascimento\n da única filha, há 4 anos, ela entrou em depressão e engordou ainda mais, o que\n dificultava conseguir um trabalho.\n \n Em\n uma entrevista de emprego, a gerente de uma rede de lanchonetes chegou a dizer\n que não poderia contratar uma pessoa “gorda” para vender lanches anunciados\n como saudáveis. Em outra ocasião, a dona de uma loja afirmou que os uniformes\n não caberiam nela.\n \n “Eu\n passava em todas as etapas e nunca era contratada. Fiquei tão desestimulada que\n ligava nos locais e perguntava se tinham restrição em contratar pessoas obesas.\n Uma vez a mulher me perguntou: Mas você é gorda quanto?”\n \n \n \n \n