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O procurador especial que investiga a interferência russa nas eleições presidenciais dos Estados Unidos em 2016, Robert Mueller, obteve de forma ilegal "dezenas de milhares de e-mails", segundo um advogado da equipe de transição do presidente Donald Trump, informaram neste domingo (17) veículos de imprensa americanos.
Em carta enviada aos comitês do Congresso e do Senado, o advogado Kory Langhofer, do grupo Trump for America, afirma que a equipe de Mueller recebeu ilegalmente os e-mails relacionados à investigação da agência do governo Administração de Serviços Gerais (GSA).
Segundo a carta, citada pela emissora Fox, entre outros veículos de imprensa, a divulgação desses e-mails com "informação privilegiada" podem representar uma violação dos seus direitos constitucionais.
O grupo Trump for America utilizou os escritórios, o equipamento e o servidor da GSA no período entre a eleição de Trump, em novembro de 2016, e o início de seu mandato, em janeiro deste ano.
Langhofer afirmou na carta que o escritório de Mueller obteve os registros da GSA apesar de estar "consciente" de que essa agência "não possuía nem controlava os registros em questão" e que "usou amplamente esse material" em suas investigações.
Segundo o portal Politico, o porta-voz de Mueller, Peter Carr, defendeu o trabalho do procurador especial em uma declaração emitida após a publicação da carta.
"Quando obtivemos e-mails no curso da nossa investigação criminal, asseguramos o consentimento do proprietário da conta e o processo penal correspondente", disse Carr.
Mueller anunciou no último dia 1º as acusações contra o ex-assessor de segurança nacional de Trump, Michael Flynn, o único colaborador acusado que também prestou serviços ao governo após o presidente ter tomado posse.
Em troca de declarar-se culpado de mentir ao FBI sobre seus contatos com o embaixador russo Sergey Kislyak, Flynn aceitou cooperar com a equipe de Mueller na investigação.