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Mundo
16/11/2012 08:13:38
Bombardeio israelense mata 2 palestinos na Faixa de Gaza
De acordo com fontes palestinas, os aviões israelenses bombardearam um grupo de habitantes na área de Nazila, norte da Faixa de Gaza.

G1/HJ

Fumaça ergue-se de alvo atingido por bombardeio israelense dentro da Faixa de Gaza nesta sexta-feira (16); a imagem foi feita de Israel, na fronteira (Foto: Jack Guez)
\n Dois palestinos morreram em um bombardeio israelense contra o norte da Faixa de Gaza nesta sexta-feira (16), durante a visita do primeiro-ministro do Egiyo, Hisham Qandil, segundo fontes médicas palestinas. De acordo com fontes palestinas, os aviões israelenses bombardearam um grupo de habitantes na área de Nazila, norte da Faixa de Gaza. Um porta-voz do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu havia acusado pouco antes o Hamas, que governa Gaza, de não respeitar uma trégua provisória anunciada por Israel durante a visita do chefe de Governo egípcio. "O Hamas não respeita a visita do primeiro-ministro egípcio a Gaza e viola a trégua temporária com a qual Israel concordou durante a visita", disse Ofir Gendelman, porta-voz de Netanyahu, que está em campanha eleitoral. Israel havia anunciado que pararia os ataques enquanto Kandil estivesse no enclave, desde que os militantes do Hamas fizessem o mesmo, mas os israelenses retomaram os ataques aéreos após disparos de foguetes palestinos contra o sul do território de Israel. Esforços para trégua
Qandil disse que seu país vai "intensificar seus esforços" para conseguir uma trégua entre os grupos armados palestinos e o estado de Israel, após a escalada de violência nos últimos dias na Faixa de Gaza, que deixou os inimigos à beira de uma nova guerra. Ele está em uma breve visita ao território para tentar deter a violência dos últimos dias, detonada após Israel ter matado Ahmed Jaabali, principal comandante militar do Hamas, movimento palestino que governa a região. Desde quarta-feira, bombardeios de lado a lado mataram pelo menos 21 pessoas e deixaram mais de 235 feridos, segundo fontes médicas palestinas. O premiê egípcio qualificou de "agressão" a ocupação israelense. "O Egito vai intensificar seus esforços para terminar essa agressão e conseguir uma trégua duradoura", disse, ao visitar um hospital de Gaza, acompanhado por Ismail Haniye, chefe de governo do Hamas. O Egito, que atualmente tem um governo islâmico considerado ideologicamente próximo ao Hamas, já negociou tréguas anteriores entre Israel e militantes palestinos na Faixa de Gaza. Kandil disse que o Egito, que assinou um tratado de paz com Israel em 1979, defende a criação de um Estado palestino, tendo Jerusalém como capital. Reservistas
Na véspera, o Ministério da Defesa de Israel anunciou a convocação de 30 mil reservistas, em uma demonstração de que os ataques ao território palestino, na chamada operação "Pilar de Defesa", podem ser intensificados. Destes, 16 mil começaram a ser mobilizados já nesta sexta, segundo uma fonte militar.

O ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, disse que o fato de dois foguetes disparados de Gaza terem caído, pela primeira vez, na região perto de Tel Aviv na quinta-feira, é considerado "uma escalada" no conflito. A região foi atacada pela primeira vez desde 1991, quando a capital econômica de Israel foi atingida por mísseis Scud lançados pelo Iraque do então ditador Saddam Hussein. A operação "Pilar de Defnsa" foi ativada na quarta-feira à tarde com o assassinato em Gaza de Ahmad Jaabari, comandante militar do grupo radical Hamas.

Os palestinos dispararam quase 300 mísseis contra Israel. Três israelenses morreram na quinta-feira quando um dos projéteis atingiu um prédio residencial no sul do país. Diplomacia
A União Europeia admitiu nesta sexta-feira que Israel tem o direito de defesa, mas pediu ao país uma "resposta proporcional" aos ataques dos grupos palestinos.

A chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, afirmou estar "profundamente preocupada com a escalada da violência" e lamentou a perda de vidas nos dois lados.

O governo dos Estados Unidos pediu na quinta-feira a Egito e Turquia que utilizem sua influência com os palestinos para acabar com os disparos de foguetes a partir de Gaza, ao mesmo tempo que considerou que o Hamas deve interromper os ataques "injustificáveis". \n \n