\n \n Mohammed Mursi venceu as eleições presidenciais egípcias, informou neste\n sábado o Comitê Eleitoral, no Cairo. Mursi, candidato oposicionista islâmico,\n obteve 52% dos votos (aproximadamente 13,2 milhões), derrotando Ahmed Shafiq,\n antigo membro do governo de Hosni Mubarak, que alcançou 48% (12,3 milhões).\n \n O anúncio do resultado - altamente esperado após dias de incerteza e quase\n uma hora de discurso prévio do chefe da comissão eleitoral, Farouq Sultan - foi\n recebido com a explosão de comemorações e gritos de vitória de apoiadores de\n Mursi que tomaram a Praça Tahrir, no centro do Cairo, símbolo dos protestos\n que, em fevereiro de 2011, provocaram a queda de Mubarak, havia 30 décadas no\n poder de uma das principais nações árabes do mundo.\n \n A vitória de Mursi representa o respaldo dos ventos de mudanças isntalados\n no país árabe desde o início da gestão da Primavera Árabe. Ela acompanha o\n resultado das eleições legislativas anteriores, marcada pela vitória dos\n candidatos ligados à Irmandade Muçulmana, que apoia Mursi. Ela indica também a\n superação de dúvidas, revigoradas entre os oposicionistas, de que o pleito\n presidencial abriria caminho para Shafiq, cuja candidatura, que havia sido\n proibida, acabou sendo autorizada pela Corte do país dias antes da eleição.\n \n Mursi, todavia, não deve encontrar caminho fácil na presidência. Mais de um\n ano depois da renúncia de Mubarak, a Junta Militar egípcia, que assumiu a liderança\n do país, ainda detém os poderes centrais do país. A Corte egípcia também\n deciciu, dias antes do pleito, anular a atual formação do Parlamento egípcio.\n Embora o Egito dê hoje um passo a mais rumo à democracia, ainda há muito a ser\n conquistado pelo povo e muito a ser esperado de Mursi.