\n \n Embora estivesse morando com o companheiro há pelo menos dois\n anos, de acordo com a polícia, o adolescentenbsp;M.Q.P., 15 anos, sofria com o\n preconceito do pai e desentendimentos com a travesti R.M.A., 19 anos, conhecida\n como Rayanne. Infelizmente, ele também bebia e se drogava. Na última segunda\n (1), logo após uma briga, o adolescente saiu com um lençol para a varanda e se\n enforcou. \n \n Quem presenciou a cena, foi uma testemunha. À polícia, ele disse\n quenbsp;a vítima e a travestinbsp;estavam em casa, no bairro Coronel\n Antonino, em Campo Grande, quando por volta das 14h15, teve início uma\n discussão. Rayanne saiu de casa pouco depois e o adolescente se trancou no\n quarto. Meia hora depois, a testemunha diz que estava deitada e escutou\n barulhos na varanda. \n \n Ao sair para ver o que estava acontecendo, se deparou com o\n adolescente enforcado por um lençol. A pessoa rapidamente entrou em contato com\n vizinhos, Corpo de Bombeiros e o Samu (Serviço de Atendimento Médico de\n Urgência). Eles levantaram o adolescente e cortaram o lençol para soltá-lo,\n constatando o óbito logo em seguida. \n \n Rayanne voltava para casa neste momento. Na esquina avistou as\n viaturas e correu para saber o que estava acontecendo. Foi então avisada da\n morte do companheiro. Triste, de acordo com polícia, ainda teve tempo de dizer\n quenbsp;aquela não seria a primeira vez que o adolescente teria tentado se\n matar, da mesma maneira que ele. \n \n ”Quando bebia e fumava maconha, o adolescente tinha uma tendência\n suicida e inclusive atentou contra a vida em Bela Vista. Estas informações\n foram ditas aos policiais na ocasião e agora vamos chamá-lo para um depoimento\n formal”, afirma a delegada Christiane Grossi, responsável pelas investigações. \n \n No interior da casa, um caderno e várias cartas com “dizeres\n suicidas”, de acordo com a delegada, foram apreendidos. “A letra vai passar por\n um exame grafotécnico, mas a suspeita é de que pertence a Rayanne”, explica a\n delegada Grossi. Na verdade, é o companheiro da vítima quem por diversas vezes\n escreveu mensagens, cartas, como se fossem um “ritual de alívio” e antecedessem\n a sua morte. \n \n Em uma delas, ele inclusive pede desculpas “por ter partido cedo”,\n diz que ama muito os familiares e pede a eles para que “não se magoem”. Todos\n os detalhes da história estão sendo investigados pela Polícia Civil. \n \n \n \n \n