\n \n Donos da Fazenda Esperança, em Aquidauana, receberam um ultimato\n dos indígenas e em 15 dias retiraram quase 2.000 cabeças de gado. Porém, eles\n acusam os índios de serem os responsáveis pelo sumiço de 150 animais do\n rebanho. \n \n “Achamos carcaças no meio do pasto, algumas foram carneadas,\n outras não sabemos o paradeiro. Nossa identificação de corte na orelha e marca\n do gado foram descaracterizadas e não temos como provar, mas essas coisas\n começaram a acontecer desde que os índios entraram”, disse Mônica Alves Corrêa,\n proprietária da Fazenda Esperança. \n \n Segundo ela, a fazenda está com a família há cinco gerações, desde\n 1873 e com a descontinuidade do empreendimento cerca de 10 funcionários terão\n que ser demitidos. “Parte do gado vendemos a preço de banana, outros alocamos\n em fazenda de amigos. É deprimente, não é só um bem comercial, mas emocional.\n Espero que a Justiça seja imparcial”, afirmou. \n \n O resto de maquinário pesado que pôde ser retirado da Esperança\n também está em fazendas vizinhas. “É um sacrifício de gerações que estamos\n vendo se perder. Esperança de resolver a gente tem, mas lá virou um safári”,\n concluiu. \n \n Outro lado \n \n O cacique Izaías Terena, um dos líderes dos indígenas que estão na\n Fazenda Esperança, onde adotam o nome de Aldeia Esperança, disse que o prazo\n para a retirada do gado poderia ser até ampliado, caso os proprietários\n pedissem. \n \n “Outra coisa é que nós fizemos um acordo de não atrapalhar eles,\n então nem acompanhamos a retirada”, afirmou. \n \n Quanto ao sumiço do gado, Izaías Terena nega, diz que são boatos e\n que desconhece possíveis furtos. “Isso não existe aqui na Esperança. Eles\n pegaram os peões deles e tiraram tudo o que quiseram”, concluiu.\n \n \n \n \n