CE/PCS
Uma mulher de 25 anos ligou para o 190 da Polícia Militar fazendo um pedido de dipirona, como forma de denunciar um caso de violência doméstica sem levantar suspeitas do agressor, nesta quarta-feira (12). A denúncia ocorre dias depois da PM divulgar um caso similar, onde a vítima usou a mesma tática e conseguiu ser socorrida, em Campo Grande.
No novo caso, conforme consta em boletim de ocorrência, a mulher pediu uma dipirona ao ser atendida e logo o policial identificou se tratar de denúncia disfarçada e indagou se ela estava sendo agredida, ao que a mulher respondeu que sim.
Foram colhidas informações básicas, como o endereço, e uma equipe policial se deslocou até o local, onde a vítima contou que foi agredida.
Segundo ela, o companheiro jogou uma com comida, a empurrou e ameaçou dizendo que ela merecia "tomar tanto soco para ficar roxa" e que iria matar ela.
O homem estava na casa e foi encaminhado para a Delegacia de Polícia Civil, sem oferecer resistência.
Na delegacia, ele confirmou que arremessou uma panela contra a vítima, mas negou que tenha acertado, assim como também negou as ameaças.
A mulher, por sua vez, requereu medida protetiva contra o agressor e solicitou escolta policial para retirada imediata de seus pertences da residência. No entanto, foi esclarecido a ela que apenas após o deferimento das medidas protetivas de urgência pelo Poder Judiciário é que ela poderá a rede de atendimento para a retirada dos pertences.
Ela também foi orientada a buscar a Defensoria Pública para tratar sobre ações de natureza familiar, como separação judicial, divórcio, guarda de filhos, entre outros, ea comparecer ao Centro de Referência de Atendimento à Mulher (CRAM) para acompanhamento psicossocial.
O caso foi registrado como vias de fato (violência doméstica) e ameaça com agravante em caso de vítima mulher.
Outro caso
Nasemana passada, a Polícia Militar divulgou o caso de uma mulher vítima de violência doméstica conseguiu denunciar um caso de agressão fingindo estar ligando para a farmácia e pedindo um dipirona.
Áudio da ligação, com voz modificada para não expor a mulher (ouça abaixo), foi compartilhado pela PM.
Ao ser atendida pelo policial, a mulher disse: "Oi, eu gostaria de um remédio", ao que o policial, inicialmente, explicou que o telefone que ela ligou era da Polícia Militar, pensando e tratar de engano. A vítima insistiu: "Sim, um remédio, aqui na avenida... um dipirona".
O policial militar entendeu rapidamente que poderia ser uma denúncia disfarçada e começou a questionar a vítima se o caso se tratava de violência doméstica, pedindo para ela responder apenas sim ou não.
A vítima seguiu com as respostas, conforme solicitado, acrescentando eventualmente frases soltas sobre o suposto remédio que estaria pedindo para manter o disfarce, e passou o endereço para a falsa entrega.
Equipes da Polícia Militar foram ao local e atenderam a ocorrência.
Dias depois, a mulher ligou novamente para o 190 da Polícia Militar, mas desta vez para agradecer.
"Por trás de uma frase simples, havia medo, dor e a esperança de ser salva. Do outro lado da linha, a PMMS entendeu o pedido silencioso e agiu rapidamente, protegendo mais uma vida que corria risco dentro do próprio lar", disse a PM em sua página oficial do Instagram.