Sheila Forato
Nesta quarta-feira (28), o Edição MS teve acesso a parte do processo que desencadeou a segunda fase da operação Grilagem de Papel em Coxim, que investiga transferências ilegais de imóveis em Coxim, resultando em quatro prisões preventivas e diversas buscas e apreensões, além de medidas cautelares.
Os detalhes mostram que o grupo, liderado pelo empresário Rodrigo Ferreira Lima, ex-gerente de Tributação de Coxim, movimentou mais de R$ 22,5 milhões nos anos de 2023 e 2024, com transações bancárias e alienação de bens adquiridos com recursos de origem criminosa, segundo investigação do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul).
Rodrigo exercia a função de centralização da organização. Ainda de acordo com a denúncia, ele era o responsável por distribuir as ações a serem realizadas pelos demais integrantes. O MPMS aponta que a organização criminosa desenvolveu dois núcleos de atuação ilícita.
O primeiro se ocupava da grilagem de terrenos desocupados ou pertencentes a terceiros. Já o segundo núcleo se direcionava no sentido de obter vantagem indevida (propina) para emissão de Certidões de Regularização Fundiária falsas, simulando a realização de um procedimento administrativo de regularização fundiária, bem como praticava outros crimes conexos.
Conforme o MPMS, Rodrigo liderava a organização integrada pelo arquiteto Thiago Cruz Cassiano da Silva, então gerente da Habitação; o policial civil Márcio Rodrigues, cedido para a Procuradoria e posteriormente para a Tributação; Rodrigo de Amorim Melo, que substituiu Rodrigo Ferreira Lima na gerência de Tributação; Heverton Furtado Simões, funcionário do Cartório de Registro de Imóveis, o advogado Ernandes José Bezerra Junior e seu tio, Ivaldir Adão Albrecht Junior.
Desses, quatro foram presos nesta terça-feira (27) pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado): Rodrigo Ferreira Lima, Thiago Cruz Cassiano da Silva, Márcio Rodrigues da Silva e Ivaldir Adão Albrecht Junior. Já Rodrigo de Amorim Melo foi afastado do cargo, assim como Heverton Furtado Simões. Contra os outros citados foram emitidas medidas cautelares pela Justiça.
O processo é extenso, com centenas de páginas. Nossa reportagem está debruçada, para mostrar na próxima reportagem como agia cada integrante do grupo, chamado de organização criminosa pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul. Dentre as provas existentes estão transações bancárias efetuadas por Rodrigo Ferreira Lima aos outros integrantes.
O Edição MS está tentando contato com as defesas de todos os envolvidos. O espaço segue aberto caso algum deles queira se manifestar.