MMN/PCS
Réu pelo feminicídio da esposa Laís de Jesus Cruz, de 29 anos, o Pablo dos Santos Trindade segue preso preventivamente, conforme última decisão em dezembro de 2021. É aguardada decisão da polícia sobre uma possível reprodução simulada do crime, cometido em agosto do mesmo ano em Sonora, a 110 quilômetros de Coxim.
Em 4 novembro de 2021 foi realizada a primeira audiência de instrução de julgamento do caso e, no dia 25 daquele mês, foi feito o interrogatório do réu por vídeo. O processo sobre o caso tramita em sigilo.
Em dezembro, foi reanalisada e mantida a prisão preventiva de Pablo. Também foi acolhido pedido do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) para que a autoridade policial apresente o resultado da quebra de sigilo dos dados telefônicos e também informe data para realização da reprodução simulada dos fatos.
Feminicídio e ocultação de cadáver
No dia 5 de agosto, Pablo foi preso em flagrante pela morte de Laís, após familiares desconfiarem do desaparecimento dela. O corpo da vítima foi encontrado enterrado em uma fossa, nos fundos da casa e o autor confessou que enterrou a vítima, mas negou ter cometido o feminicídio.
Após a morte, Pablo chegou a ficar algum tempo com o corpo da vítima na residência, pagou para uma terceira pessoa cavar a fossa na residência e só depois enterrou Laís. Após o crime, ele ainda limpou a casa com água sanitária, para tentar esconder as manchas de sangue que ficaram no local.
Foi oferecida denúncia por homicídio triplamente qualificado, pela violência doméstica – configurando feminicídio -, além de motivo fútil e meio cruel. Pablo ainda responde por fraude processual e ocultação de cadáver. A denúncia foi recebida em agosto, tornando Pablo réu.
Violência recorrente
Em 7 de janeiro de 2021, Laís, procurou a polícia em Sonora para denunciar o então ex-marido. Naquele dia, ele descumpriu medida protetiva, ameaçou de morte e agrediu a vítima, supostamente por não aceitar o fim do relacionamento.
Segundo o registro feito na delegacia, Laís contou que conviveu com Pablo por aproximadamente 3 anos, e teve um filho com ele, hoje com 2 anos de idade. Na época ela revelou que o relacionamento era conturbado e violento e que já tinha sido agredida fisicamente pelo ex-marido.
Em novembro de 2020, ela já tinha registrado boletim de ocorrência, por lesão corporal qualificada pela violência doméstica, ocasião em que solicitou medida protetiva de urgência. Mesmo assim, naquele dia 6 de janeiro Pablo descumpriu a medida, foi até a casa de Laís e disse que queria conversar, para reatar o relacionamento.
A vítima se negou, momento em que Pablo passou a fazer ameaças e disse que “faria da vida dela um inferno, até que desistisse de viver”. Durante a discussão, ele agrediu a ex-mulher com tapas no rosto, pegou o celular da vítima e jogou contra a parede, o danificando. Após as agressões, ele ainda continuou na residência e dormiu na casa.
Além de dormir na casa da vítima, ele obrigou Laís a dormir em um cobertor, no chão. Na manhã seguinte, saiu às 5 horas para trabalhar, retornou às 9 horas e jogou todas as roupas da vítima para fora da casa. Segundo Laís, ele já estava se relacionando com outra pessoa, mas mesmo assim não aceitava o fim do casamento.
Após Pablo sair novamente, Laís chamou a Polícia Militar, que foi até a academia onde prenderia o suspeito em flagrante pelo descumprimento da medida protetiva. Ao notar a viatura, ele saiu por uma porta lateral e fugiu.