Correio do Estado/AB
Depois de passar as festas de final de ano na prisão, o senador Delcídio do Amaral (PT) irá completar 61 anos, provavelmente, na cadeia. Acostumado com uma vida luxuosa e badalada, o petista não tem motivos para comemorar o 8 de fevereiro e os poucos companheiros que continuam ao seu lado torcem para que a liberdade seja seu presente. Apesar dos advogados do parlamentar ter entregue a defesa dele ao Supremo Tribunal Federal (STF) na terça-feira (02), quando foram retomadas as atividades, a tendência é que o pedido de anulação da gravação, feita por Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró , em que Delcídio é flagrado tentando impedir a delação de Cerveró, demore a acontecer.
Além disso, a situação do senador no Congresso Nacional deve enrolar, já que, nem bem voltaram a trabalhar, as atividades foram paralisadas em virtude do feriado de Carnaval. Com esse calendário, o prazo para Delcídio só terminará em 15 de fevereiro. A partir da entrega da defesa, o relator do caso, senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO), terá mais cinco dias úteis para formular um parecer indicando a continuidade ou não do processo de investigação de possível quebra de decoro parlamentar. A decisão será submetida à votação do colegiado, que pode decidir pela cassação do mandato.
Preso pela Polícia Federal desde 25 de novembro do ano passado por tentar interferir nas investigações da Operação Lava Jato, o petista entrou para a história como primeiro senador preso no país. A situação piorou a partir deste dia. Delcídio também convive com a ameaça de perder o mandato, a pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Ele solicitou ao STF que retire o mandato do petista caso seja condenado pelo crime de corrupção na Petrobras.