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O líder do governo no Senado, Humberto Costa (PT-PE), classificou a comissão especial do impeachment da presidente Dilma Rousseff na Casa como um "mero rito de passagem a ser cumprido" diante de um resultado já definido: o afastamento da petista da Presidência.
Ao apresentar voto em separado contra o parecer do relator do impeachment no Senado, Antônio Anastasia (PSDB-MG), favorável ao impedimento, Costa afirmou que os senadores estão prestes a aprovar a admissibilidade do processo de impeachment contra Dilma, o que levaria a seu afastamento provisório, e, nas palavras do petista, levará a "uma grave tempestade".
Apesar do conformismo com a derrota do governo no voto de 63 páginas, Humberto Costa lembrou o caso do impeachment do ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton, inocentado no julgamento pelo Senado americano em 1999. O líder do governo no Senado argumentou que o julgamento deve subordinar os aspectos políticos "à aferição da precisa existência de tipificação" do crime de responsabilidade pela presidente.
A respeito das pedaladas fiscais, que baseiam o pedido de impeachment de Dilma, Costa afirmou que ainda não há parecer do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre subsídios ao Plano Safra. Para o senador, os seis decretos de abertura de créditos suplementares enumerados na denúncia assinada por Janaína Paschoal, Miguel Reale Jr. e Hélio Bicudo contra a presidente tiveram autorização legal e não prejudicaram a meta de superávit primário de 2015.
Antes de o líder do governo no Senado anunciar seu voto em separado, o presidente da comissão especial do impeachment, Raimundo Lira (PMDB-PB), rejeitou uma questão de ordem das senadoras Fátima Bezerra (PT-RN) e Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) para arquivar a denúncia contra Dilma Rousseff.
O pedido se baseava na avaliação da Procuradoria-Geral da República de que Eduardo Cunha (PMDB-RJ) usou de práticas "condutas ilícitas e espúrias" na presidência da Câmara, considerada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki na decisão de afastar Cunha do mandato de deputado federal e da presidência da Câmara.