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Política
19/12/2012 09:00:00
Lula: "o que mais machuca os meus adversários é o meu sucesso"
O ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou nesta quarta-feira em São Bernardo do Campo que o que mais machuca os seus adversários políticos é o seu sucesso.

Terra/HJ

\n \n O\n ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou nesta\n quarta-feira em São\n Bernardo do Campo que o que mais machuca os seus adversários\n políticos é o seu sucesso. "Não se preocupem muito com os ataques. Há uma\n razão para isso. Em 2010, quando lançamos a Dilma, ela era um poste. Vencemos.\n Agora, quando apresentamos Fernando Haddad aqui em São Paulo, vencemos. De\n poste em poste a gente está iluminando o Brasil inteiro. Ano que vem, para a\n alegria de muitos e tristeza de poucos, estarei voltando a andar por este\n País", disse ele.\n \n O discurso de Lula acontece dois dias\n após a conclusão do julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF) e\n uma semana depois da divulgação das declarações do empresário Marcos Valério ao\n Ministério Público Federal (MPF) denunciando que o ex-presidente teve o\n pagamento de despesas pessoais feitos por meio do esquema.\n \n Lula\n prosseguiu: "um vagabundo, falando mal de mim em uma sala com\n ar-condicionado, vai perder. Tem gente que olha para minha cara acha que eu sou\n burro. Eu consigo compreender o jogo que eles fazem. Eles governam o País desde\n que Cabral chegou aqui e como podem aceitar pacificamente, sem ódio, o que nós\n conseguimos em oito anos de governo?".\n \n Ele lembrou que, quando assumiu a presidência em 2002, era o\n próprio "Titanic". "Não era possível governar esse País para um\n terço da população. É por isso que eles não se conformam que colocamos 40\n milhões de homens e mulheres na classe C. (Não se conformam em) ver os pobres\n viajarem de avião, trocarem de carro. Eu acho que isso deixa eles\n indignados", disse.\n \n O\n ex-presidente seguiu com críticas aos seus adversários políticos: "eles\n governaram antes de mim. Tinham unanimidade na imprensa. Por que não cuidaram\n dos índios, das mulheres, dos pobres? Por que não levantaram a auto-estima do\n povo? Um País como o nosso não pode ter medo do futuro".\n \n Lula\n disse que em 2002, quando se elegeu presidente pela primeira vez, desconfia que\n o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) torceu por ele. "Teve\n momento que eu achava que ele preferia minha vitória do que a do Serra. Muita\n gente vinha e me dizia “ele prefere você”. Ele achou que não ia dar certo e que\n voltaria", disse.\n \n O\n ex-presidente afirmou ainda que é preciso pensar de forma positiva em relação\n ao desenvolvimento do Brasil. "Temos de pensar da forma mais positiva\n possível. Não é porque nosso vizinho está doente que nós vamos ficar doentes.\n Não é porque a Europa está em crise, que nós vamos entrar em crise. Ela pode ter\n maior ou menor incidência a partir das medidas que nós tomemos aqui",\n disse ele.\n \n Lula\n participou nesta quarta-feira da posse de Rafael Marques na presidência do\n Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo. Ele substituiu Sérgio\n Nobre, que foi eleito em julho passado para o cargo de secretário-geral da\n Central Única dos Trabalhadores (CUT).\n \n Apoio
\n Durante o evento, em todas as falas, o presidente Lula foi citado. Críticas ao\n poder judiciário, à "campanha" da mídia contra o ex-presidente e à\n postura da oposição deram o tom dos discursos.\n \n Wagner\n Freitas, presidente nacional da CUT, afirmou que o poder Judiciário está\n fazendo um papel que não é dele e que a elite brasileira ainda não digeriu que\n Lula "foi o maior presidente da história desse País".\n \n Na\n última segunda-feira, o Supremo Tribunal Federal (STF) cassou o mandato dos\n parlamentares João Paulo Cunha (PT-SP); Valdemar Costa Neto (PR-SP) e Pedro\n Henry (PP-MT), o que, no entendimento de alguns, seria uma atribuição do\n Congresso.\n \n "A\n CUT está muito preocupada com isso. (A oposição) quer jogar no tapetão, quer\n jogar no Poder Judiciário. O que está querendo se construir é um golpe para que\n o Judiciário mude uma situação onde o povo não está representado. Se colocar a\n democracia em jogo, vamos para a rua. Não pode ser uma parcela do Poder Judiciário\n e da mídia a resolver isso. O Lula é nosso amigo, mexeu com ele, mexeu\n comigo", disse ele.\n \n Gilmar\n Mauro, coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, disse que o Brasil\n vive hoje a criminalização geral da pobreza, dos movimentos sociais e de muitos\n políticos. "É preciso colocar em pauta o Poder Judiciário, que parece ser\n intocável no nosso País", disse ele, que também defendeu a regulação da\n mídia.\n \n O\n presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) afirmou que a entidade topa\n "qualquer parada" para defender o projeto que tem o ex-presidente\n como figura central. "Não vamos nos intimidar. Não nos intimidamos quando\n este País esteve na ditadura...", disse ele. \n \n \n \n \n