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O vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP) afirmou nesta quinta-feira, a respeito dos recordes negativos de popularidade da presidente Dilma Rousseff, que "ninguém vai resistir três anos e meio com esse índice baixo".
"Se continuar assim, com 7%, 8% de popularidade, de fato fica difícil", disse a empresários, em palestra promovida em São Paulo pela socialite Rosangela Lyra, do movimento Acorda Brasil, de oposição a Dilma. Ao mesmo tempo, o peemedebista garantiu que não move "uma palha" para tomar o lugar da petista.
Temer comentou que uma melhora na situação econômica poderia reverter o quadro de impopularidade da presidente. "Se a economia começar a melhorar, se a classe política colaborar, o índice acaba voltando a um patamar razoável", disse ele. "O que nós precisamos não é torcer, é trabalhar."
TSE
Quando questionado sobre os cenários que podem levar ao fim precoce do mandato, o peemedebista disse que Dilma "não é de renunciar" e surpreendeu ao afirmar que não questionaria uma eventual decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) de cassar a chapa da petista, o que acarretaria no afastamento da presidente e do vice. "Espero que o governo vá até 2018. A hipótese de cassação pelo TSE eu nem discuto. As instituições têm que funcionar normalmente. Se o TSE cassar a chapa, acabou. Eu vou para casa feliz da vida", afirmou, arrancando risos da plateia.
Levy
No encontro, Temer também manifestou "apoio pleno" do PMDB ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que nesta quinta, após rumores de que estaria deixando o governo, se reuniu com Dilma e acertou sua permanência - por enquanto. O vice negou que seu partido queira a saída de Levy. Ao contrário: "A saída do Levy agora seria muito prejudicial para o país", afirmou, emendando que reuniu líderes da legenda para pedir "apoio expresso" ao chefe da equipe econômica.
CPMF
Sobre a tentativa frustrada do governo de ressuscitar a CPMF, Temer confirmou que foi contra e relatou o que disse a Dilma quando foi informado sobre a iniciativa. "Quando a presidente me ligou para dizer que a equipe econômica tinha decidido pela CPMF, eu fiz uma ponderação. A situação do governo já não é boa aos olhos da população. Não é boa aos olhos do Congresso. O governo sofrerá uma derrota fragorosa no Congresso. Será uma derrota política e outra econômica."
Temer também comentou sua recente declaração sobre a carência de alguém para "reunificar" o país. O vice disse ter feito o comentário num momento em que era necessário frisar a gravidade da crise. Ele lembrou que Dilma havia reunido os governadores para falar da atual situação econômica, mas, pouco depois, o Congresso aprovou medidas da chamada pauta-bomba, elevando ainda mais os gastos da União.
Questionado sobre os mecanismos de combate à corrupção, Temer afirmou que não são necessárias novas leis e que a tentativa de criar novos itens na legislação às vezes pode ser demagógica.