\n \t A presidente Dilma Rousseff\n disse nesta segunda (5), em discurso na abertura da Feira Internacional\n das Tecnologias da Informação e das Comunicações, a Cebit, em Hannover,\n na Alemanha, que a exclusão digital amplia a desigualdade social.\n \n \t Ao lado da chanceler alemã, Angela Merkel, ela assistiu ao discurso de \n abertura da feira, pronunciado pelo presidente do conselho de \n administração do Google, Eric Schmidt, e a uma apresentação do músico \n brasileiro Carlinhos Brown, que recentemente perdeu a disputa pelo Oscar\n - ele concorria com a canção do filme de animação "Rio". Depois, \n discursou.\n \n \t "A exclusão digital, das tecnologias da informação, acentua as \n desigualdades já existentes. [...] O Brasil fez opção clara nos últimos \n anos por universalizar o acesso à tecnologia", afirmou Dilma. Segundo \n ela, os benefícios decorrentes do desenvolvimento das tecnologias da \n informação não podem ser "privilégio de poucos".\n \n \t A presidente brasileira destacou no discurso a ascensão à classe média \n de camadas da população que antes viviam na pobreza. "Pela primeira vez \n na história do meu país, mais da metade dos 190 milhões de brasileiros \n pertencem à classe média. Essa grande mobilidade social tem impacto \n direto no uso das tecnologias", declarou.\n \n \t A presidente mencionou dados sobre o mercado de tecnologia no Brasil e \n afirmou que é preciso ampliar os investimentos na área. Segundo Dilma, \n "o ano de 2012 será especialmente promissor" em relação à área de \n tecnologia.\n \n \t "Até dezembro, por meio do programa nacional de banda larga, ativaremos\n uma rede de fibra ótica que chegará às nossas 27 capitais e cobrirá \n metade da população brasileira. Licitaremos em maio as faixas \n necessárias para implantação do telefone móvel de quarta geração. \n Operaremos nessa faixa já em 2013 nas sedes da Copa de 2014", declarou.\n \n \t Dilma citou ainda o programa Ciência Sem Fronteira, que prevê bolsas de\n estudo para brasileiros em universidades estrangeiras. Ela disse \n esperar uma "parceria" com a Alemanha para garantir mais bolsas.\n \n \t Crise europeiaApós a participação na feira, a presidente brasileira, acompanhada por \n uma comitiva de cinco ministros, falará sobre a crise europeia com \n Merkel. Também abordarão temas como a cúpula de desenvolvimento \n sustentável da ONU Rio+20, que será realizada no Brasil em junho, e \n assuntos de interesse bilateral, segundo uma mensagem oficial.\n \n \t A presidente do Brasil, sexta economia do mundo, acusa os países ricos de gerar um "tsunami monetário" ao tentar sair da crise com medidas que inundam os mercados de dinheiro e prejudicam as economias em desenvolvimento.\n \n \n \t Ao discursar na feira, após a fala de Dilma, a chanceler alemã disse \n que terá a "oportunidade" de conversar com a colega brasileira sobre a \n crise econômica financeira global.\n \n \t "A presidente Dilma citou tsunami de liquidez, manifestou sua \n preocupação. Temos de olhar para medidas protecionistas unilaterais. \n Penso que a confiança é o caminho que devemos trilhar para sair da \n crise. (...) Nós, europeus, ficamos conscientes do fato de que temos que\n olhar além das nossas fronteiras", declarou. Segundo ela, "as \n consequências da crise internacional são consequências da crise do \n endividamento". Para a chanceler alemã, é preciso criar regras que \n resultem numa "política orçamentária estável e sólida".\n \n \t Nesta sexta-feira (2), Merkel já havia afirmado que entende as críticas\n feitas por Dilma. "De certa maneira, eu entendo as dúvidas dela. É por \n isso que vou tentar dizer a ela que planejamos perseguir reformas desta \n vez, que nós certamente não vamos adotar medidas semelhantes de novo", \n declarou.\n \n \t A reforma do FMI (Fundo Monetário Internacional) e outras questões de \n política externa, como a crise na Síria, a Palestina e o Irã, também \n deverão ser debatidas por Dilma e Merkel. "A presidenta vai reafirmar \n aquilo que é próprio da política externa brasileira, que é a busca de \n soluções negociadas, diplomáticas, mesmo quando essas soluções parecem \n muito difíceis", disse o assessor para Assuntos Internacionais da \n Presidência, Marco Aurélio Garcia.\n \n \t A feiraO Brasil é apresentado pelos organizadores da feira Cebit como um \n "campeão escondido" do mundo das altas tecnologias. Grandes empresas da \n economia brasileira, como a construtora aeronáutica Embraer, Stefanini \n (serviços informáticos) e a Telebras (comunicações) estão entre as \n participantes do salão. É a primeira vez que um país da América Latina é\n convidado oficial no salão de Hannover.\n \n \t Sob o slogan "Managing Trust - Confiança e segurança no mundo digital",\n a feira se propõe neste ano a atrair os profissionais que combatem a \n perda ou a pirataria de dados e pessoas que querem proteger sua vida \n privada.\n \n \t O número de expositores aumentou 2% neste ano, passando a 4.200, e \n empresas que haviam deixado de participar estão retornando ao encontro, \n afirmaram os organizadores, citando o exemplo da Samsung e da Sharp. O \n Cebit 2012 é realizado até o dia 10 de março.\n \n \t Nesta terça (6), Dilma visitará as instalações das empresas \n tecnológicas brasileiras que participam da feira de Hannover, após o \n qual retornará a Brasília, segundo fontes oficiais brasileiras.\n \n \n