Luma Danielle Centurion
ImprimirA OMS (Organização Mundial da Saúde) pediu nesta sexta-feira que os países e instituições adotem melhores práticas para dar nome a novas doenças infecciosas e evitar assim efeitos negativos "sobre nações, economias e povos".
"Nos últimos anos surgiram várias doenças infecções humanas novas e o uso de nomes como 'gripe aviária' ou 'Síndrome Respiratória do Oriente Médio' teve um impacto negativo involuntário ao estigmatizar certas comunidades e setores econômicos", disse em Genebra o diretor-geral adjunto da OMS, Keiji Fukuda.
Fukuda pediu para não tratar esta questão de maneira trivial porque é algo que realmente tem consequências sobre as pessoas e países afetados.
"Observamos que os nomes de certas doenças provocam uma reação violenta contra membros de comunidades étnicas ou religiosas específicas, impõe barreiras injustificadas para as viagens, para o comércio e levam ao sacrifico desnecessário de animais destinados ao consumo", explicou.
As doenças frequentemente são "batizadas" fora da comunidade científica e uma vez que seu nome seja divulgado através da internet, é muito difícil trocá-lo.
Por isso, a OMS pediu hoje aos responsáveis que, desde o primeiro momento, utilizem um nome que seja apropriado do ponto de vista científico e socialmente aceitável.
A OMS indicou que "a melhor prática é que no nome da doença tenha a ver com os termos descritivos genéricos e se baseie nos sintomas que provoca".
Em um segundo momento é possível adaptar ou ampliar o nome, uma vez que haja informação sobre como se manifesta o mal, se afeta grupos populacionais concretos ou surge em uma temporada determinada do ano.
A chamada da organização pede também que sejam evitados nomes relacionados com localizações geográficas, como a gripe espanhola, a febre do Vale do Rift e a Síndrome Respiratória do Oriente Médio.
A organização também recomenda sejam evitados nomes relacionados com espécies animais, como gripe aviária e gripe suína.