Sábado, 3 de Maio de 2025
Polícia
08/05/2014 09:00:00
CASO TAXISTA: Frieza, mentiras e arrependimento marcaram reconstituição do crime
A reconstituição do crime que culminou na morte do taxista de Coxim, Antonio Lopes de Oliveira, de 45 anos, foi marcada por um misto de frieza, mentiras e até mesmo demonstração de arrependimento por parte de um dos envolvidos.

Sheila Forato

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Foto: PC de Souza
A reconstituição do crime que culminou na morte do taxista de Coxim, Antonio Lopes de Oliveira, de 45 anos, foi marcada por um misto de frieza, mentiras e até mesmo demonstração de arrependimento por parte de um dos envolvidos. Em pouco mais de duas horas, peritos e policiais civis trabalharam na reconstituição do crime, ocorrido na sexta-feira (08). Os trabalhos começaram na avenida Presidente Vargas, em Coxim, e terminaram na MS-423, mais conhecida como Serra da Alegria, em Rio Verde. Durante a reconstituição os dois envolvidos, Kelvin Velasquez Ferreira, de 22 anos, e Marcos Rogério Alves, de 40 anos, entraram em contradição por diversas vezes. Eles foram ouvidos separadamente, justamente para a polícia identificar as contradições. Com frieza e muitas mentiras, Ferreira foi o primeiro a participar da reconstituição e chegou a apontar o ex-genro do taxista, Roque Marques do Carmo, de 33 anos, como o autor dos disparos, mas, logo em seguida, Alves desmentiu o comparsa, assumindo que foi ele quem atirou em Oliveira, demonstrando arrependimento. Para o delegado de Rio Verde, Leonardo Antunes Ballerini Fernandes, a reconstituição não deixa dúvidas da participação dos citados no crime, assim como reforça a suspeita de que o ex-genro é o mandante. Carmo já está com a prisão decretada, podendo ser preso a qualquer momento, pois e é tido como foragido da Justiça. O ex-genro teria contratado a dupla para incendiar o carro do taxista, um GM Corsa Classic. Para tanto, eles receberiam R$ 2 mil, mas a situação fugiu do controle e um deles acabou disparando três tiros em Oliveira. Segundo Alves, o crime foi premeditado, pois eles foram contratados por Carmo duas semanas antes do crime para dar um susto no taxista. Sem informar o parentesco com Oliveira, o ex-genro disse aos contratados que estava tendo problemas com um taxista de Coxim. Na quinta-feira (1º), Carmo teve um desentendimento com um dos filhos de Oliveira, Fábio Junior Florentino de Oliveira, de 20 anos, pois acreditava que a família impedia a reconciliação com Rosilaine da Cunha Florentino, de 25 anos, com quem ele foi casado e tem uma filha. O caso chegou a ser registrado na polícia, pois as ameaças eram constantes, passando a impressão de que Carmo queria eliminar toda a família, acreditando que assim teria chance de reatar seu relacionamento. Tanto que no mesmo do desentendimento o ex-genro foi para Campo Grande buscar os comparsas para colocar o plano em prática. Dinâmica O taxista estava no ponto na região central de Coxim quando recebeu a ligação, por volta das 16h30 de sexta-feira (02). Imediatamente, Oliveira partiu para a avenida Presidente Vargas para fazer uma corrida para os “clientes”. No local solicitado, o taxista pegou uma caixa de roupas, colocou no porta-malas e deu início a corrida, após receber R$ 100,00, com a informação de que iriam para a zona rural, sentido Rio Verde pela BR-163. Ao chegarem na entrada da MS-423, mais conhecida como Serra da Alegria, a dupla pediu que ele entrasse. Depois de andar por aproximadamente dois quilometros, eles pediram para parar, pois um amigo iria apanhar ambos. Quando o taxista desceu para pegar a caixa no porta-malas, Ferreira deu início às agressões, mas Oliveira reagiu, pegando um canivete em seu carro. Ao partir para cima, a dupla intensificou as agressões, com pauladas e pedradas, assim como coronhadas do revólver que estava sem munição. Neste momento, o ex-genro teria chegado ao local, municiado o revólver para que Alves efetuasse os disparos. Em seguida, Carmo ordenou que a dupla incendiasse o carro do taxista e aguardassem na BR-163, pois ele desovaria o corpo, acreditando que o mesmo estivesse morto. O ex-genro colocou o taxista num Ford Escort e deixou o local. Ao perceber que Oliveira não estava morto, Carmo decidiu prestar socorro, trazendo-o para o Hospital Regional Álvaro Fontoura, em Coxim. Neste momento, a Polícia Militar foi acionada, em horário semelhante, a polícia de Rio Verde recebia a informação de um carro em chamas na Serra da Alegria e de dois suspeitos andando no sentido a BR-163. Uma equipe de Rio Verde foi até o local e prendeu a dupla, que entrou em contradição sobre o motivo de estar ali. Os policiais também encontraram a arma do crime, dispensada as margens da rodovia quando a viatura foi avistada. Enquanto isso, a polícia de Coxim ouvia o taxista, ainda no HR de Coxim, que contou tudo que tinha acontecido. Oliveira chegou a ser transferido para a Santa Casa de Campo Grande no dia seguinte, devido à gravidade dos ferimentos, mas seu estado de saúde se agravou por conta de uma infecção e ele morreu no domingo (04).
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