Sexta-Feira, 2 de Maio de 2025
Polícia
05/01/2022 15:46:00
Dono de agência filmou ao menos três vítimas escondidas durante ensaios fotográficos

Midiamax/LD

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Segue em investigação o caso de um fotógrafo e dono de uma agência de modelos de Campo Grande, acusado de fazer filmagens de maneira oculta das modelos e outros clientes. O caso veio à tona após uma modelo procurar a delegacia em 6 de dezembro, mas outras duas vítimas também já denunciaram o homem, que ainda não foi ouvido.

Segundo a delegada Ana Paula Trindade, da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), além da modelo um casal, de 21 e 28 anos, também denunciou que teria sido vítima do homem ao fazer um ensaio de grávida. Uma terceira vítima ainda procurou a polícia, mas registrou a denúncia na Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente).

Ainda conforme a delegada, há suspeita de que além das vítimas adultas o homem também tenha filmado crianças e adolescentes, já que ele fazia os ensaios fotográficos na agência. O autor, até o momento, não foi ouvido. Isso, porque o pedido para que seja expedido mandado de busca e apreensão contra ele ainda não foi deferido pelo Poder Judiciário.

Há suspeita de que, sabendo da repercussão do caso, o acusado já tenha se livrado do material. A modelo que revelou o caso conseguiu filmar do computador do acusado as imagens em que ela aparece se trocando e a prova já configuraria o crime de registro não autorizado de intimidade sexual.

Relembre as denúncias

No dia 6 de dezembro, a modelo de Campo Grande acionou a Polícia Militar após perceber que estava sendo filmada no provador da agência. Em desabafo nas redes sociais, ela contou que foi até a agência para renovar as fotos do portfólio.

“Nunca tive motivos para desconfiar dessa agência”, declarou. Após aproximadamente 5 trocas de roupas, depois de fazer várias fotos, ela desconfiou de um notebook que estava na sala de provador. Segundo a vítima, o aparelho estava ligado, tocando música.

No entanto, ela percebeu a luz verde da câmera ligada, quando foi olhar o notebook e encontrou o aplicativo da câmera, que estava aberto e gravando a vítima. Ela contou ainda que tudo tinha sido gravado, desde a hora que ela chegou. “Deu para ver o dono da agência ajeitando a câmera, pelas gravações”, afirmou.

A modelo chamou a irmã que também estava na agência e elas gravaram as imagens pelo celular, como prova do ocorrido. Em seguida, acionaram a assessora, que chamou a Polícia Militar. “Passamos medo, porque só estávamos nós e o dono da agência”. Os policiais conduziram o homem para a Deam, onde foi registrado boletim de ocorrência.

A modelo ainda declarou que iria fazer fotos com a filha naquele dia. “Podia ter trocado as roupas dela ali sem perceber, graças a Deus não deu tempo”, disse. Já a jovem de 21 anos contou que ela e o marido decidiram fazer o ensaio da gravidez e procuraram a agência, que fica na Rua Rui Barbosa, em junho.

No ensaio, ela percebeu o notebook com a tela apagada e a luz da câmera piscando e questionou o dono da agência, que é o fotógrafo. Ele disse que o notebook estava ligado para tocar música. Na hora da troca de roupa, eles perguntaram onde ficava o banheiro e o suspeito disse para eles trocarem ali mesmo no local das fotos, que ele fecharia uma cortina.

O casal acabou aceitando e se trocou, sem a presença do fotógrafo, mas com o notebook apontando em direção a eles. Por fim, o fotógrafo ainda pediu para tirar uma foto com eles, fato que deixou as vítimas desconfortáveis e desconfiadas. O casal procurou a polícia após a denúncia da modelo, mas não conseguiu as imagens.

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