Sábado, 3 de Maio de 2025
Polícia
19/02/2025 17:31:00
“Ela judiava de mim”, alega homem que matou mulher a golpes de foice
Wilson Garcia alegou ter agido em legítima defesa e negou estar sob efeito de droga e álcool

CGN/LD

Imprimir

“Ela judiava de mim, queria me matar. Foi em minha defesa”. Essas foram as palavras de Wilson Garcia, 28, para justificar o assassinato da mulher, Juliana Domingues, 28, a terceira vítima de feminicídio em Mato Grosso do Sul em 2025. Ela foi morta com golpes de foice na cabeça. O filho do casal, de 8 anos, teria presenciado o crime.

O feminicídio ocorreu no acampamento indígena Nhu Porã, na região sul do município de Dourados. Wilson foi preso hoje de manhã na Aldeia Te’yikue, no município de Caarapó. A força-tarefa para capturá-lo envolveu policiais civis das duas cidades e o helicóptero da PRF (Polícia Rodoviária Federal).

Em entrevista a repórteres que cobrem o setor policial, na sede do SIG (Setor de Investigações Gerais) em Dourados, Wilson Garcia alegou que a mulher tentou matá-lo com o facão, encontrado sob o corpo dela.

A ferramenta não possuía mancha de sangue, sinal de que a vítima não teve tempo de se defender. A foice, ensanguentada, também foi encontrada na cena do crime.

“Já me arrependi”, disse Wilson Garcia ao ser questionado sobre o motivo de ter desferido os golpes fatais na esposa. Ele negou que estivesse sob efeito de droga e álcool. “Não uso droga, não bebo e nem fumo”.

Em entrevista nesta tarde, o delegado responsável pelas investigações, Erasmo Cubas, informou que não foi encontrada no sistema nenhuma ocorrência de violência doméstica envolvendo o casal.

Segundo o policial, o autor do feminicídio manteve a versão de que agiu em legítima defesa por ter sido, segundo ele, atacado primeiro. Wilson também negou que ele e a mulher estivessem sob efeito de bebida alcoólica. Erasmo Cubas informou que, de fato, Wilson apresenta pequenas lesões no corpo e será levado para fazer exame de corpo de delito.

O delegado afirmou que o menino de 8 anos, filho do casal, não será submetido a depoimento, pois não há nenhuma dúvida sobre a autoria do crime. “Será ouvido em momento posterior, dentro das formalidades legais”.

COMENTÁRIO(S)
Últimas notícias