Polícia
14/04/2013 08:08:14
Operação da PF liga nº 2 de Alckmin a suspeito de comandar fraudes
Segundo relatório dos investigadores, Aparecido fala de problemas em um asfaltamento mal feito na cidade de Auriflama, administrada na ocasião por um aliado do tucano, o prefeito José Jacinto Alves Filho, o Zé Prego
Agência Estado/AB
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\n \n Deflagrada na semana passada pela Polícia Federal e pelo\n Ministério Público para apurar fraudes em licitações em 78 prefeituras do\n interior paulista, a Operação Fratelli flagrou uma estreita ligação entre Edson\n Aparecido, hoje chefe da Casa Civil do governo Geraldo Alckmin (PSDB), e Olívio\n Scamatti, dono de empreiteira preso na terça-feira sob suspeita de chefiar o\n esquema. Assessor que trabalhou durante oito anos com Aparecido, Osvaldo\n Ferreira Filho, o Osvaldinho, é uma das 13 pessoas da região de São José do Rio\n Preto, no noroeste do Estado, presas pela operação. \n \n O ex-auxiliar do número 2 de Alckmin é apontado como o elo entre a\n Demop, empreiteira de Scamatti que está no centro do escândalo, e as\n prefeituras. Segundo consta dos autos da operação, Osvaldinho "manteria\n estreito contato com alta autoridade do governo do Estado, o que facilitaria a\n atuação do grupo apontado como criminoso para a liberação de recursos". O\n próprio Aparecido foi flagrado em conversas telefônicas com o empreiteiro em 2010,\n quando exercia o mandato de deputado federal. Em uma dessas conversas, o\n parlamentar tucano faz um alerta para o dono da Demop. \n \n Segundo relatório dos investigadores, Aparecido fala de problemas\n em um asfaltamento mal feito na cidade de Auriflama, administrada na ocasião\n por um aliado do tucano, o prefeito José Jacinto Alves Filho, o Zé Prego. Pede\n ao empreiteiro que mande máquinas ao local para que o prefeito as fotografe e\n envie ao Ministério Público, a fim de mostrar que providências já estariam\n sendo tomadas.Ainda segundo os investigadores, Aparecido conclui na conversa\n gravada: "se abrir processo, a região inteira contamina" (sic). A\n Demop atua em quase todas as cidades do noroeste paulista. Boa parte das\n licitações que renderam contratos para a empreiteira está sob investigação da\n Polícia Federal e Ministério Público. \n \n Doadora e assessor. Aparecido não é alvo direito da investigação em curso. Ele apareceu nos\n grampos da operação porque mantinha contato telefônico com o dono da\n empreiteira e com o seu ex-auxiliar.A Demop foi doadora da campanha em 2006 do\n agora chefe da Casa Civil do Estado. A empreiteira fez dois repasses ao tucano,\n um de R$ 42,4 mil, outro de R$ 49,2 mil, totalizando R$ 91,6 mil. Osvaldinho\n foi assessor de Aparecido na Assembleia Legislativa e na Câmara dos Deputados. \n \n O assessor chegou a representar o tucano quando este era deputado\n estadual, na primeira metade da década de 2000, em uma reunião do Comitê da\n Bacia Hidrográfica do Tietê-Batalha e na assinatura de um convênio da\n secretaria estadual de Habitação com a cidade de Votuporanga para a realização\n do asfaltamento de uma avenida local. Segundo Aparecido, o antigo aliado\n desligou-se de seu gabinete em 2010, "talvez um pouquinho antes, para\n tocar a vida." \n \n O chefe da Casa Civil de Alckmin admite contatos com o empreiteiro\n apontado como chefe do esquema de fraudes em licitações, mas afirma que ele\n "nunca solicitou nada que indicasse qualquer irregularidade".\n Aparecido ressalta que as doações de campanha foram registradas e diz confiar\n na inocência do ex-assessor. "Ele (Osvaldinho) vai responder à\n altura", afirmou o tucano. \n \n Os investigadores afirmam que Osvaldinho, que hoje é dono de uma\n pequena empresa de logística, mantinha "contatos em prefeituras para\n tratar da montagem de licitações". Ele definia, dizem os autos, as\n empresas que seriam convidadas para concorrer a contratos. Também apontava\n "convênios cujas verbas seriam empregadas em licitações fraudadas".
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