O\n repórter do jornal O GLOBO Bruno Amorim foi preso pela Polícia Militar \n por fotografar a operação de desocupação da Favela da Oi, no Engenho \n Novo. Um PM arrancou os óculos de Bruno, deu-lhe uma chave de braço e o \n acusou de incitar a violência. Após ser imobilizado, ele foi filmado \n pelo mesmo policial, que dizia: "Estou filmando um repórter da Globo que\n estava jogando pedras. Vocês mostram a nossa cara, agora estou \n mostrando a sua". O policial estava sem identificação na farda. \n “Na hora em que fui preso, policiais estavam brigando com os manifestantes “,afirmou Bruno. \n Bruno teve o seu aparelho celular apreendido por mais de uma hora e não \n conseguiu se comunicar com a redação até as 9h20. Jornalistas de outros \n veículos começaram a ligar para suas chefias para informar a prisão. O \n repórter foi levado para a 25ª DP (Rocha). Ele é acusado de desacato, \n incitação à violência e resistência à prisão. Desde o início da ação, na\n manhã desta sexta-feira, os policiais estão ameaçando prender \n repórteres e cinegrafistas que estão fazendo a cobertura da reintegração\n de posse. \n Na madrugada desta sexta-feira, a polícia ameaçou dar voz de prisão a \n outro repórter do GLOBO, Leonardo Barros, que estava no local \n acompanhando a movimentação dos PMs. Os PMs mandaram Leonardo correr, \n caso contrário seria preso. Ele se negou. Então ordenaram que se \n afastasse ou seria preso por resistência e desacato. Os militares não \n estavam deixando os profissionais da imprensa registrarem a confusão. \n Ainda na madrugada, antes de iniciar a desocupação, repórteres de \n emissoras de TV também foram ameaçados. \n Durante a confusão, um grupo de pessoas que saiu do prédio depredou \n carros da TV Globo, SBT e Record, estacionados perto de um posto de \n gasolina. \n \n Abraji condena prisão\n A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) condenou, \n em nota divulgada na manhã desta sexta-feira, a prisão do repórterdo \n GLOBO. Segundo o texto, "ao prender Bruno Amorim e ameaçar com prisão \n outros repórteres, a PM do Rio presta um desserviço. Ao depredar \n automóveis dos meios de comunicação, manifestantes se unem à polícia no \n ataque ao direito à informação de toda a sociedade". A nota também cita a\n ameaça feita por policiais militares ao repórter Leonardo Barros. \n A presidente do Sindicato dos Jornalistas do Rio, Paula Máiran, também \n condenou a atuação policial. Em sua página no Facebook, Paula disse que a\n prisão de Bruno "tratou-se da mais violenta ação conjunta da Polícia \n Militar do Estado do Rio de Janeiro de censura e repressão de \n jornalistas".