\n \n Ao retirar um lutador de MMA (Artes Marciais Mistas) de uma\n badalada casa noturna da Capital, que estaria causando conflitos e apresentava\n sinais de embriaguez, o segurança do local foi agredido com um soco no rosto,\n que o deixou com o nariz fraturado e um dente quebrado, na madrugada do dia\n seis de abril, por volta das 1h30. \n \n E a agressão não foi só física. “Ele me disse palavrões e falou\n ainda que só eu tinha a perder por tê-lo retirado da boate, que tinha muitas\n condições financeiras e que nada aconteceria a ele. Fiquei com uma sensação de\n impunidade muito grande, já que deixo a minha família desprotegida e muitas\n vezes ainda somos considerados despreparados pela sociedade”, afirma o\n segurança E.G. de O., 39 anos. \n \n Vigilante formado e com carteira profissional desde 1997, o\n segurança conta que são comuns os casos de agressões verbais e, às vezes,\n físicas a estes profissionais. “A casa estava lotada, com cerca de trezentas\n pessoas. E era a segunda vez que o rapaz trombava em outro e discutia, então\n ele foi convidado a se retirar da casa. Pediu para eu não encostar nele e se\n aproveitou desse cuidado para me agredir”, diz o profissional. \n \n O segurança, agora vítima, registrou um Boletim de Ocorrência de\n Lesão Corporal Dolosa, minutos após o fato. E o laudo do IML (Instituto Médico\n Legal) já constatou a agressão. “Agora aguardamos as imagens de câmeras e o\n andamento das investigações”, diz o segurança. \n \n Regulamentada \n \n Segundo a Lei Federal 7.102/83, a profissão de vigilante é\n regulamentada e incumbe a PF (Polícia Federal) a fiscalização do exercício da\n profissão. O profissional passa por uma formação, em que ele estuda as\n doutrinas da profissão, tiros de arma curta e longa, defesa pessoal e prática\n de tiro. \n \n Segundo um delegado da PF, que prefere não se identificar, estes\n profissionais tomam conhecimento das mesmas técnicas que um policial. “Eles\n aprendem a conter pessoas, técnicas diversas de tiros, entre outras aulas. Só\n não podem atuar de forma autônoma e sim contratados por um empresa de\n segurança”, diz o delegado. \n \n Na Capital, segundo o delegado, apenas três empresas tem licença\n para ministrar as aulas. “Para que não ocorram casos de agressão como o citado,\n o interessante é sempre ter uma grande quantidade de seguranças. O ideal é que\n para cada alvo exista três seguranças e que em situações de risco o\n profissional tenha sempre um plano de atuação”, conta o delegado. \n \n Além da formação, o delegado conta que estes profissionais devem\n realizar uma reciclagem anual. “Eles devem rever os conteúdos básicos ou até\n mesmo fazer extensões, para trabalhar como seguranças VIP´s, de transporte de\n valores, carros blindados, entre outras especialidades”, explica o delegado. \n \n \n \n \n