Domingo, 4 de Maio de 2025
Política
06/10/2015 18:00:00
Ação do MPE vira "munição" para vereadores voltarem a atacar Bernal

CG News/AB

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O pedido de afastamento do prefeito Alcides Bernal (PP), feito pelo promotor de Justiça Alexandre Capiberibe Saldanha, serviu como munição para os vereadores retomarem os ataques o Progressista, numa demonstração de que a aproximação e o diálogo pregado por Bernal no seu retorno ao comando da Prefeitura, na prática não vem se sustentando.

“Estamos no Outubro Rosa, mas parece que lá pelo lado da Afonso Pena o outubro está negro ou vermelho, porque hoje sai matéria no jornal com o prefeito se posicionando favorável e cobrando o afastamento de 17 vereadores. Essa é a forma de Bernal governar, é atacando”, afirmou o vereador Airton Saraiva (DEM). Assim como muitos outros vereadores, ele aproveita o momento para dizer que esse procedimento do MPE (Ministério Público Estadual) só reforça que a Câmara Municipal estava certa em criar a CPI do Calote e cassar o prefeito Alcides Bernal.

Outro que afirma que os vereadores estavam certos em decidir pela cassação de Bernal é o vereador Chiquinho Telles (PSD). “O MPE atestou que ele tem que ser afastado imediatamente, baseado na conclusão da CPI e obrigado e devolver quase R$ 14 milhões aos cofres públicos”, afirmou ele. Flávio César (PT do B), que preside a Câmara com o afastamento por determinação judicial do vereador Mário César (PMDB), diz que o afastamento de Bernal do comando da Prefeitura não se deu “da noite para o dia”, é resultado de um ano e três meses de apuração, começando em janeiro de 2013.

“Foram várias denúncias que culminaram com a CPI do Calote e encerrou com todo o trabalho da processante e mais uma vez o MPE vem pedindo o afastamento imediato do Bernal”, afirmou Flávio César. A vereadora Carla Stephanini engrossa o coro dos vereadores que voltaram a atacar o prefeito. “Em Campo Grande nunca faltou merenda, mas a partir de 2013 as coisas mudaram e para muito pior. Em relação a limpeza das unidades de saúde, muito me estranhava que uma empresa que foi objeto de cassação do prefeito continuar contratada”. Ela se referia a Mega Serv, contratada por Bernal no início da sua administração, para fazer a limpeza das unidades de saúde.

As denúncias feitas à época e que motivaram a criação da CPI do Calote era de que Bernal deixou de pagar os fornecedores que já prestavam serviço à administração, para que assim fosse criada toda uma situação que permitisse a contratação de novas empresas sem licitação, sob o argumento da necessidade urgente. O pedido de cassação de Alcides Bernal, solicitado na semana passada pelo promotor Alexandre Saldanha, da 30ª Promotoria de Justiça do Patrimônio Público, é com relação a contratação da Mega Serv.

Alcides Bernal, que retornou ao cargo de prefeito no dia 27 de agosto deste ano amparado por uma liminar, já se manifestou sobre o ato do promotor. Ele diz que esse assunto já foi objeto de processo que foi julgado improcedentes. Bernal diz ainda, que o MPE está reeditando um tema que já foi encerrada. Além disso, Bernal afirma que a contratação da Mega Serv gerou economia para o município.

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