Política
07/01/2014 09:00:00
Alves marca reunião para discutir processo de cassação de Cunha
A Câmara ainda não foi notificada oficialmente sobre a decisão do presidente do STF, Joaquim Barbosa, que mandou prender o deputado.
G1/LD
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O presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN),\n agendou para 4 de fevereiro reunião da Mesa Diretora da Casa para discutir a\n possibilidade de abrir processo de cassação do deputado João Paulo Cunha\n (PT-SP), condenado no processo do mensalão e com prisão já determinada pelo\n Supremo Tribunal Federal (STF).\n \n A Câmara ainda não foi notificada oficialmente sobre a decisão do presidente\n do STF, Joaquim Barbosa, que mandou prender o deputado. A reunião da mesa no\n dia 4 está condicionada ao envio de ofício a ser expedido pelo STF, informando\n sobre a condenação.\n \n Nesta segunda (6), Barbosa rejeitou recurso do deputado no processo do\n mensalão e determinou que seja iniciado o cumprimento da pena de seis anos e\n quatro meses de prisão, em regime semiaberto, pelos crimes de corrupção passiva\n e peculato.\n \n A Mesa Diretora da Câmara só precisará decidir sobre a abertura de processo\n de cassação se Cunha mantiver a intenção de não renunciar ao mandato. A\n assessoria de Cunha, um dos quatro deputados condenados no mensalão, informou\n que ele não pretende renunciar.\n \n Se a Mesa decidir abrir o processo, o caso será encaminhado para a Comissão\n de Constituição e Justiça (CCJ). Em seguida, será analisado no plenário da Casa\n em votação aberta.\n \n Ao parlamentar deve ser dado "amplo direito de defesa" tanto na\n comissão quanto em plenário. O processo pode se arrastar por meses.\n \n Apesar de ter decidido pela prisão do deputado, ainda falta o Supremo expedir\n o mandado de prisão de Cunha para o deputado ser preso, o que não havia\n acontecido até o início da tarde desta terça-feira. A assessoria de imprensa do\n parlamentar informou que ele vai cumprir a decisão judicial e se entregar à\n polícia.\n \n Se a Mesa não der prosseguimento ao processo de cassação do mandato,\n qualquer partido político pode protocolar o pedido para análise na Casa da\n perda do mandato parlamentar. Neste caso, o processo também precisa ser\n encaminhado para a CCJ e para o plenário.\n \n Os demais deputados federais que foram presos por determinação do Supremo em\n razão de condenações no julgamento do mensalão José Genoino, Pedro Henry e\n Valdemar Costa Neto optaram por renunciar ao mandato e evitar o processo de\n cassação.\n \n João Paulo Cunha foi acusado de receber R$ 50 mil no ano de 2003, quando era\n presidente da Câmara, para beneficiar agência de Marcos Valério apontado como\n o "operador" do mensalão em contratos com a Casa. O deputado\n sustenta que os contratos de publicidade contratados foram cumpridos, conforme\n atestam, segundo ele, relatórios do Tribunal de Contas da União (TCU) e da\n Polícia Federal.\n \n Semiaberto
\n Na avaliação de técnicos da Secretaria-Geral da Mesa da Câmara, como Cunha\n cumprirá inicialmente a pena em regime semiaberto (pelo qual pode trabalhar de\n dia e tem de voltar à prisão à noite), ele poderá alegar à Justiça que trabalha\n como deputado federal e tentar continuar cumprindo as tarefas parlamentares.\n \n Nesse caso, seria criada uma situação sem precedentes e caberia à Mesa\n Diretora decidir se é possível continuar no mandato.\n \n Para técnicos da Secretaria-Geral, que deverão orientar o presidente\n Henrique Eduardo Alves sobre que medida deve ser tomada, é inviável Cunha\n continuar cumprindo o mandato.\n \n A avaliação é que o deputado não poderá permanecer nas sessões deliberativas\n que vão além das 19h, por ter de retornar à prisão, e estaria, portanto, inapto\n para exercer integralmente as atividades de deputado.
\n Na avaliação de técnicos da Secretaria-Geral da Mesa da Câmara, como Cunha\n cumprirá inicialmente a pena em regime semiaberto (pelo qual pode trabalhar de\n dia e tem de voltar à prisão à noite), ele poderá alegar à Justiça que trabalha\n como deputado federal e tentar continuar cumprindo as tarefas parlamentares.\n \n Nesse caso, seria criada uma situação sem precedentes e caberia à Mesa\n Diretora decidir se é possível continuar no mandato.\n \n Para técnicos da Secretaria-Geral, que deverão orientar o presidente\n Henrique Eduardo Alves sobre que medida deve ser tomada, é inviável Cunha\n continuar cumprindo o mandato.\n \n A avaliação é que o deputado não poderá permanecer nas sessões deliberativas\n que vão além das 19h, por ter de retornar à prisão, e estaria, portanto, inapto\n para exercer integralmente as atividades de deputado.
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