Domingo, 4 de Maio de 2025
Política
01/07/2014 09:00:00
Barbosa diz que sai de "alma leve" e sem interesse em política
O presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, disse após a sessão desta terça-feira (1º), a última dele como ministro do tribunal, que se aposenta "de alma leve" e que não tem interesse em ingressar na vida política.

G1/AB

Imprimir
O presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, disse após a\n sessão desta terça-feira (1º), a última dele como ministro do tribunal, que se\n aposenta "de alma leve" e que não tem interesse em ingressar na vida\n política.\n \n Barbosa deixou a sessão antes do fim sem fazer pronunciamento de despedida\n no plenário. "Não gosto de homenagens", justificou. Ele afirmou que\n não vai sugerir indicação de sustituto à presidente Dilma Rousseff, mas disse\n esperar que o novo ministro seja "um bom estadista".\n \n O ministro afirmou a jornalistas que sai com a sensação do "cumprimento\n do dever". "Saio absolutamente tranquilo, como eu disse, com a alma\n leve, e aquilo que é fundamental para mim: o cumprimento do dever",\n declarou.\n \n Segundo ele, é importante que o brasileiro se conscientize da importância de\n todos cumpriremnbsp; normas, a lei e a Constituição.\n \n "Esse é o norte principal da minha atuação: pouca condescendência com\n desvios, com essa inclinação natural a se contornar os ditames da lei, da\n Constituição", afirmou.\n \n Perguntado se seguiria carreira política depois da aposentadoria, Barbosa\n disse que acha "pouco provável", mas que depois que sair do cargo\n será "cidadão livre".nbsp;\n \n "A partir do dia em que for publicado o decreto da minha aposentadoria,\n exoneração, serei um cidadão como outro qualquer, absolutamente livre para\n tomas as posições que eu entender necessárias e apropriadas no momento devido.\n [...] A política não tem na minha vida essa importância toda, a não ser como\n objeto de estudos e de reflexões. [...] Eu não tenho esse apreço todo pela “politiciénne”,\n essa política do dia a dia. Isso não tem grande interesse para mim",\n declarou.\n \n Na última sessão, o ministro votou contra aplicar na eleição deste ano uma\n regra considerada inconstitucional e criticou\n atuações anteriores do Supremo.\n \n "Tem-se banalizado no nosso sistema, a seguinte prática, das mais\n bizarras: o tribunal declara inconstitucional, mas ao mesmo tempo modula\n efeitos da decisão e mantém o status quo. Tenho notado quando pode ser nefasta\n essa prática, que tem potencial de perenizar nossasnbsp; mais críticas\n mazelas", disse, durante a sessão.\n \n Novo ministro do STF
\n A jornalistas, após a sessão, Joaquim Barbosa\n ressaltou que não fará sugestões a Dilma sobre o nome do ministro que entrará\n em seu lugar, mas que é preciso que o indicado tenha interesse para os grandes\n tema da nação e caráter.\n \n "Faço questão de dizer que não estou dando nenhum conselho à presidente\n da República, que é quem escolhe, mas o que penso é que em primeiro lugar um\n membro do STF tem que ter como característica fundamental ser um estadista, ou\n ser um estadista em gestação que aos poucos vá se aprimorar aqui dentro. O\n caráter da pessoa escolhida é também muito importante. Esse tribunal toma\n decisões fundamentais que influenciam enormemente a vida cotidiana de todos os\n brasileiros."\n \n Barbosa ressaltou que o sucessor também não pode ser ligado a "grupos\n de pressão".\n \n "Aqui não é lugar para pessoas que chegam com vínculos com determinados\n grupos de pressão. Aqui não é lugar para se privilegiar determinadas\n orientações. A pessoa tem que chegar aqui com abertura de espírito para\n eventualmente ter até que mudar seus pontos de vista anteriores e tomar as\n medidas e adotar as orientações que sejam do interesse da nação."\n \n Crítica a advogados
\n Em conversa de 15 minutos com jornalistas, o ministro do Supremo também\n criticou a atuação de advogados. Ao deixar a relatoria do processo do mensalão\n do PT, Joaquim Barbosa atribuiu o fato à atuação política de advogados. Para\n ele, as "agressões" de advogados foram "uma das coisas mais\n chocantes" que viveu no Supremo.\n \n "Com relação às agressões de advogados à minha pessoa e à figura do\n presidente do STF, foi uma das coisas mais chocantes durante esses 11 anos que\n passei aqui. Na verdade, o que se tem é que a prática do direito no Brasil está\n se tornando um vale-tudo, é uma constante quebra de braço. O sujeito perde nos\n argumentos, mas quer levar no grito, quer agredir, quer desmoralizar a\n autoridade."\n \n Joaquim Barbosa disse ainda que o Judiciário não pode ter\n "complacência" com os abusos porque isso coloca em risco a\n "credibilidade".\n \n "O Judiciário é o poder cuja força está na sua credibilidade. Ele não\n dispõe do dinheiro, da bolsa, ele não dispõe das armas, ele dispõe da\n credibilidade. No momento em que há conivência e complacência dentro do próprio\n Judiciário com esses abusos cometidos por certas pessoas, certas organizações,\n todo o edifício democrático rui, porque um Judiciário forte, com credibilidade\n e respeitado é um elemento fundamental de qualquer democracia."
COMENTÁRIO(S)
Últimas notícias