G1/LD
ImprimirO ministro Luís Roberto Barroso do Supremo Tribunal Federal (STF) atendeu pedido da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e incluiu no inquérito dos portos a delação premiada do doleiro Lúcio Funaro.
A decisão do ministro é do dia 19 de junho. A informação foi antecipada pelo jornal "O Globo".
Agora, as informações prestadas pelo delator da Lava Jato poderão ser usadas nas investigações em curso, que podem levar a uma terceira denúncia contra Temer.
O inquérito investiga se o presidente Michel Temer favoreceu empresas portuárias em troca de propina. No início de maio, Luís Roberto Barroso, que é relator do inquérito, autorizou a prorrogação das investigações por mais 60 dias.
Entre outras informações, Funaro relatou aos investigadores a relação entre empresas do setor de portos com o presidente e com o deputado cassado Eduardo Cunha (MDB-RJ) atualmente preso. O doleiro disse que a dupla agiu para proteger interesses dessas empresas, como o grupo Libra.
Com os depoimentos de Funaro no inquérito, o presidente Michel Temer discute com seus auxiliares se o advogado Antonio Claudio Mariz seguirá na sua defesa no inquérito.
Motivo: Mariz já foi advogado de Funaro. O advogado não assumiu, por exemplo, a defesa de Temer no inquérito da Odebrecht. O presidente contratou o advogado Brian Alves Prado para o inquérito.
Temer tem reclamado com seus advogados de que a investigação "ultrapassa" o escopo das apurações referentes à edição do decreto dos portos.
O motivo principal da queixa é a investigação de reforma na casa de Maristela Temer, filha do presidente. Os investigadores querem saber a origem do dinheiro usado na reforma.