Domingo, 4 de Maio de 2025
Política
02/04/2016 08:32:00
Bertin diz não saber que frigorífico foi usado em empréstimo de Bumlai

FOLHAPRESS/AB

Imprimir

O empresário Natalino Bertin afirmou, em depoimento à Lava Jato, não saber que o frigorífico Bertin foi usado por José Carlos Bumlai, em 2004, para montar uma operação de R$ 12 milhões ligada ao PT.

Segundo ele, o dinheiro "entrou e saiu das contas do frigorífico" sem seu conhecimento.

De acordo com o Ministério Público Federal, Bumlai, empresário e amigo do ex-presidente Lula, pegou um empréstimo de R$ 12 milhões com o Banco Schahin em 21 de outubro de 2004, e, no mesmo dia, transferiu o montante para o frigorífico Bertin.

Deste valor, R$ 6 milhões, diz a investigação, foram então repassados a uma empresa chamada Remar Assessoria e Agenciamento Ltda, que, depois, fez o dinheiro chegar ao empresário Ronan Maria Pinto.

A Procuradoria aponta que o PT pretendia usar o dinheiro para silenciar Ronan Maria Pinto, que teria ameaçado contar o que sabia sobre o envolvimento de lideranças do partido com o assassinato do então prefeito Celso Daniel (PT), em 2002.

Em depoimento, Bumlai afirmou que pediu a Natalino Bertin, seu "amigo de longa data" segundo ele, para receber os R$ 12 milhões na conta do frigorífico, sem que ambos soubessem o destinatário final do montante.

Ao depor no dia 2 de fevereiro, Bertin, no entanto, disse que a versão de Bumlai "não corresponde à realidade". Ele afirmou ainda que não conhece Ronan Maria Pinto, ninguém do Schahin e que "não sabe como foi justificada contabilmente a saída do dinheiro das contas do frigorífico".

Bertin afirmou também que não tem ciência do destino dos outros R$ 6 milhões transferidos por Bumlai -além dos R$ 6 milhões repassados para a Remar e, depois, a Ronan Maria Pinto.

Natalino Bertin contou que, em 2005, fez um empréstimo de R$ 12 milhões a Bumlai, mas que a dívida jamais foi paga.

O empresário relatou que, certa vez, o ex-ministro José Dirceu afirmou a ele que tinha "uma oportunidade" de usina de açúcar em Cuba. O assunto, segundo ele, no entanto, "não foi para frente".

A reportagem procurou a empresa Remar, mas não houve resposta até as 19h30.

COMENTÁRIO(S)
Últimas notícias