Quinta-Feira, 21 de Agosto de 2025
Política
19/02/2014 09:00:00
Carta de renúncia de Azeredo é lida no plenário da Câmara
Presidente da Casa, Henrique Alves, recebeu carta de filho do ex-deputado. Procuradoria pede 22 anos de prisão para Azeredo por mensalão mineiro.

G1/PCS

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A carta de renúncia do deputado Eduardo Azeredo (PSDB-MG) foi lida na tarde\n desta quarta-feira (19) no plenário da Câmara, depois de o documento ter sido\n entregue ao presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) por Renato\n Azeredo, filho do ex-parlamentar.\n \n O texto da carta foi lido pelo deputado Inocêncio Oliveira (PR-PE). A\n leitura é necessária para que o ato de renúncia seja oficializado. Antes, a assessoria\n de Azeredo já tinha informado que ele iria deixar o mandato.\n \n A renúncia é motivada pelas acusações da Procuradoria-Geral da República de\n que o ex-deputado se beneficiou do esquema do chamado "mensalão\n mineiro", que teria desviado recursos públicos e utilizado doações ilegais\n para a campanha de Azeredo a governador de Minas Gerais em 1998. No dia 7 deste\n mês, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou ao Supremo Tribunal\n Federal (STF) documento com as alegações finais do processo do mensalão mineiro\n no qual sugere a condenação de Azeredo a 22 anos de prisão pelos crimes de\n peculato e lavagem de dinheiro.\n \n Na condição de deputado, Azeredo somente poderia ser julgado pelo Supremo\n Tribunal Federal. Agora, com a renúncia, o STF deverá decidir se permanecerá\n com o caso ou se enviará o processo para a Justiça Federal de Minas, onde estão\n sendo julgados outros acusados pelo mensalão mineiro. \n \n Em 2010, o então deputado Natan Donadon renunciou dias antes de ser julgado\n no Supremo. Na ocasião, os ministros entenderam que o ato era uma manobra para\n evitar o julgamento e atrasar o processo. Por isso, decidiram não enviar o caso\n para uma instância inferior da Justiça. Donadon, que se elegeu deputado\n novamente em 2012, acabou condenado a 13 anos e quatro meses de prisão por\n peculato e formação de quadrilha.\n \n A carta de renúncia
\n Na carta de renúncia, Azeredo afirmou que decidiu deixar o mandato para se\n dedicar à defesa de sua honra e liberdade. O ex-deputado nega as acusações da\n procuradoria, classificadas por ele "injustas" e\n "agressivas".\n \n "As alegações injustas, agressivas, radicais e desumanas da PGR\n formaram a tormenta que me condena a priori e configuram mais uma antiga e\n hedionda denúncia da inquisição do que uma peça acusatória do Ministério\n Público", diz o texto da carta.\n \n Ele reafirma que não é culpado e não cometeu atos ilegais. "Volto a\n assegurar e repetir que não sou culpado de nenhum ato de peculato. Não fiz\n nenhum empréstimo fictício para minha campanha de reeleição ao governo de Minas\n em 1998. Não fiz nem faria, por uma questão de princípio, nenhuma lavagem de\n dinheiro”, completou.\n \n Azeredo afirma ter as forças exauridas, e diz acreditar que isso representa\n "sério risco" para sua saúde – o ex-deputado tem 65 anos – e também\n para a integridade de sua família.\n \n O ex-deputado afirmou na carta que uma “tragédia desabou” sobre ele e a\n família, “arrasando” seu nome e reputação.\n \n “As acusações de que fui alvo pela Procuradoria-Geral da República, com base\n em testemunhos e documentos falsos, não me pouparam. De cidadão, que deveria\n ter assegurado o sagrado direito de defesa, fui transformado em mero alvo\n político destinado anbsp; sofrer ataquesnbsp; para compensar delitos\n cometidos por outros”, disse o ex-deputado.\n \n Ainda na carta, entregue pelo filho à Câmara, Azeredo afirmou que está\n “pronto” para responder às acusações e que não irá se sujeitar à “execração”\n pública em função do processo.\n \n “Mas de que adianta mais eu alegar que não sou culpado? O que posso é\n reafirmar que estou pronto a responder em qualquer foro às acusações que me\n fazem. Não vou, porém, me sujeitar à execração pública por ser um membro da\n Câmara dos Deputados e estar sujeito a pressões políticas”, afirmou Azeredo.\n \n “Foro íntimo”
\n O presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), afirmou que a decisão de\n Azeredo é de "foro íntimo". "Ele vai se dedicar agora à sua\n defesa. Ele é conhecido e reconhecido em Minas Gerais como um homem de bem”,\n afirmou Aécio.\n \n A Secretaria-Geral da Mesa da Câmara informou que a vaga de Azeredo será\n ocupada pelo deputado João Bittar (DEM-MG), que hoje é suplente. Para a vaga de\n suplente, será convocado como primeiro da lista Ruy Muniz (DEM-MG). Caso Ruy\n decida por não seguir no mandato, será convocado Edmar Moreira (PR-MG).\n \n No final da tarde desta quarta, o presidente do PSDB em Minas Gerais,\n deputado federal Marcus Pestana, deve fazer discurso no plenário da Câmara\n relatando a situação de Azeredo. O teor do discurso não foi divulgado.\n \n \n
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