Domingo, 4 de Maio de 2025
Política
29/10/2015 12:53:00
Cúpula do PT busca unificar partido sobre afastamento de Cunha
Segundo o jornal Estadão, em reunião do Diretório Nacional, será solicitado aos deputados que não "prejulguem" Eduardo Cunha

EstadãoPCS

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No momento em que a ameaça de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff volta a ganhar força, a cúpula do PT recomendará que os deputados do partido no Conselho de Ética não façam "prejulgamento" do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), suspeito de manter contas secretas na Suíça com dinheiro de propina da Petrobras. A informação é do Estadão, que aponta que a posição do partido deverá ser referendada nesta quinta-feira (29), pelo Diretório Nacional do PT, em reunião.

Ao jornal, o presidente do PT, Rui Falcão, questionou: "Como vamos julgar quem ainda nem é réu no Supremo? Está certo que não dão esse tratamento para nós, que somos sempre culpados até prova em contrário, mas não faremos isso".

O PT está rachado quanto à posição sobre Eduardo Cunha. Uma linha do partido, do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, cobra a cassação do presidente da Câmara, em representação comandada pelo PSOL e pela Rede. Chegou ontem (28) ao Conselho de Ética da Câmara o processo por quebra de decoro parlamentar contra o presidente da Casa, acusado de mentir em depoimento na Comissão de Constituição e Justiça sobre contas no exterior.

O partido tenta ganhar tempo e não se posicionar favorável ao afastamento de Cunha, na tentativa de impedir a abertura de um processo de impeachment contra Dilma. O presidente da Câmara já anunciou que decidirá em novembro sobre a representação apresentada pelos líderes da oposição no último dia 21. Elaborado pelos juristas Helio Bicudo, Miguel Reale Júnior e Janaína Paschoal, o pedido é justificado nas pedaladas fiscais de 2015.

Segundo a Folha de S.Paulo, a uma recomendação técnica de parlamentares favoráveis ao impeachment será entregue o peemedebista nesta semana. Cunha afirmou que "a palavra final é a do presidente", depois de negar boatos de que teria dito a colegas de partido que um fator externo influenciaria sua decisão sobre a abertura do processo: o pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal (STF), solicitando seu afastamento do comando da Câmara.

Ontem, um grupo de oito manifestantes da Aliança Nacional dos Movimentos Democráticos se algemou a uma pilastra no Salão Verde da Câmara em um protesto pelo impeachment – que tem apoio de partidos de oposição como DEM e PSDB, e de 45 movimentos, entre eles Brasil Livre e Vem Pra Rua.

Cunha já indeferiu 11 pedidos que estavam aguardando sua análise. De acordo com a Mesa Diretora da Casa, desde o início de 2015 foram apresentadas 27 pedidos de afastamento da presidente Dilma. Desse total, 20 já foram arquivados.

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