G1/PCS
ImprimirEm depoimento ao Conselho de Ética da Câmara nesta quinta-feira (7), o empresário Leonardo Meirelles disse ter comprovantes de depósitos bancários, totalizando US$ 5,1 milhões, feitos em contas no exterior e que teriam como destinatário final o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Segundo Meirelles, ex-sócio do doleiro Alberto Youssef, cabia a ele receber os depósitos no exterior e transformar os dólares em reais. Em seguida, Youssef repassaria o dinheiro para Cunha.
Delator na Operação Lava Jato, Meirelles cedia empresas para que Youssef fizesse repasses de recurso ao exterior que seriam destinados depois a supostos beneficiários de propina.
No Conselho de Ética, Meirelles afirmou que soube que o destinatário do dinheiro seria Eduardo Cunha durante um almoço informal com Youssef.
Cunha é investigado pela suspeita de manter contas bancárias secretas no exterior e de ter mentido sobre a existência dela em depoimento à CPI da Petrobras e de não ter declarado no Imposto de Renda. O presidente da Câmara nega ter conta, mas apenas o usufruto de fundos geridos por trustes.
A defesa de Cunha chegou a acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) para cancelar o depoimento de Meirelles e de todas as outras sete testemunhas da acusação arroladas pelo relator, Marcos Rogério (DEM-RO), sob a alegação de que nada teriam a esclarecer sobre o objeto do processo no conselho. No entanto, a ministra Cármen Lúcia negou o pedido, liberando, assim, as oitivas.