Domingo, 4 de Maio de 2025
Política
06/02/2015 11:57:00
Denúncia do Gaeco não tem elementos para cassar Olarte, diz desembargador
Desembargador solicitou quebra do sigilo do processo onde o prefeito é citado

Midiamax/PCS

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O desembargador Cláudio Bonassini solicitou abertura do processo do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado) que envolve o prefeito Gilmar Olarte (PP) em “medidas investigatórias sobre organizações criminosas”.

O processo tramita em segredo de Justiça, mas para evitar especulações, o desembargador promete enviar uma nota para a assessoria do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) informando do que se trata o processo.

O desembargador não adiantou o conteúdo do processo, mas disse com ao Midiamax que os elementos que constam no processo que chegou as mãos dele não são suficientes para resultar na cassação do mandato de Gilmar Olarte. “Por este processo não tem risco. Esta história de golpe não tem”, garantiu o desembargador. Ele informou apenas que o processo envolve o prefeito e duas outras pessoas, mas sem detalhar mais informações. “Vai estar tudo na nota. Mas, não tem nada a ver com golpe. Neste processo não”, afirmou.

A reportagem questionou o desembargador sobre o motivo que teria levado o processo de volta ao Ministério Público Estadual (MPE) e ele minimizou o fato. Segundo o desembargador, este tramite é normal quando, por exemplo, a defesa apresenta um novo documento. Ele também disse à reportagem que o prefeito deve ser ouvido em outras fases do processo.

O desembargador justifica que a abertura do processo tem por objetivo acabar com a polêmica envolvendo todo este enredo, que inclui até desconfiança pelo fato de alguns desembargadores terem se declarado impedidos de relatar.

O caso

O processo tramita em segredo de Justiça desde que chegou ao Tribunal de Justiça, no dia 27 de março de 2014. A princípio, o caso ficaria com Ruy Celso Barbosa Florence, mas como ele ajudou nas investigações e chegou a expedir mandados de busca e apreensão, cumpridos na Prefeitura, Câmara Municipal e até na casa do prefeito, teve de ser substituído.

A operação do Gaeco foi deflagrada em abril do ano passado. A denúncia tratava, segundo informações iniciais, entre outras coisas, de suposta agiotagem para “compra de vereador”. Os investigadores apreenderam documentos na residência de Olarte e na Câmara Municipal de Campo Grande, mas nunca revelaram em detalhes o que estava sendo apurado.

Segundo o advogado de Olarte, Jail Benites Azambuja, na ocasião o cliente dele teria prestado esclarecimentos somente enquanto testemunha. No entanto, Ruy Florence desmentiu o prefeito e confirmou que ele havia prestado depoimento.

Em outras ocasiões, Gilmar Olarte afirmou que os promotores constatariam “um grande equívoco”, referindo-se a suspeita de que teria havido compra de apoio dos vereadores que votaram a favor da cassação de Alcides Bernal (PP). Com a queda de Bernal, Olarte ficou com o cargo.

Bonassini é o terceiro a pegar o processo, que já tinha passado pelas mãos dos desembargadores Maria Isabel Rocha e Francisco Gerardo. Eles se declaram impedidos, porque têm envolvimento com citados na investigação. Além da dupla, Paschoal Carmello Leandro e Sideni Soncini Pimentel, que têm os filhos atuando, respectivamente, como procurador geral do município, Fábio Castro Leandro, e secretário de Governo, Rodrigo Pimentel, também devem se declarar impedidos.

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