\n \n A\n presidente Dilma Rousseff disse, em entrevista ao jornal "El País", da Espanha,\n que a Europa tem aplicado soluções "inadequadas" para sair da crise\n econômica e que o resultado disso é o empobrecimento da classe média. Para\n Dilma, a consequência dessas medidas será uma "recessão\n generalizada", de acordo com o periódico.\n \n Dilma\n citou o exemplo vivido pelo Brasil com o Fundo Monetário Internacional, que\n impôs um processo de reajuste ao país e que, agora, é tratado como\n "austeridade" na Europa.\n \n A\n presidente destacou que o processo pelo qual a Europa passa agora se assemelha\n ao que foi vivenciado pela América Latina, como crise fiscal, bancária e de\n competitividade.\n \n "Tínhamos\n que cortar todos os gastos. Asseguravam que assim chegaríamos a um alto grau de\n eficiência, os salários baixariam e iriam se adequar aos impostos. Esse modelo\n levou à quebra de quase toda a América Latina nos anos 1980. As políticas de\n ajuste, por si mesmas, não produziram a inversão [da queda do desenvolvimento].\n Se todo mundo restringe gastos de uma só vez, a inversão não chegará",\n disse Dilma.\n \n A\n presidente disse que o pagamento de dívidas e a consolidação das metas fiscais\n precisa ser feito sem que se pague um preço social alto por isso. "Não só\n por uma questão de ética, mas também por exigências econômicas", falou a\n presidente.\n \n O\n jornal destaca que Dilma Rousseff é considerada uma das três mulheres mais\n influentes do mundo, ao lado da chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e da\n secretária de estado norte-americana Hillary Clinton, além de destacar que ela\n fez parte do movimento contra a ditadura no país e que chegou a ser presa e\n torturada.\n \n A\n entrevista foi feita em Brasília às vésperas da Cúpula Ibero-Americana de\n Cádiz, que começou na última sexta-feira. A versão on-line do texto está publicada\n no site do jornal “El País”.\n \n \n \n \n